Sambódromo faz 60s de silêncio por torcedor morto em briga

Torcidas Independente e Jovem - de Santos e São Paulo - se encontraram no sambódromo paulistano nesta segunda-feira; clima era de revolta entre os santistas

4 mar 2014 - 02h41
(atualizado às 04h43)

A morte do torcedor santista Márcio Barreto de Toledo, 34 anos, há oito dias, foi lembrada durante os desfiles do Grupo I do Carnaval paulistano, equivalente à terceira divisão da festa no Sambódromo. Toledo foi morto depois que saiu da sede da Torcida Jovem e se dirigia para um ponto de ônibus na zona leste da cidade. Imagens gravadas nas imediações do local do crime mostraram homens descendo de dois carros, com pedaços de paus e barras de ferro, alguns deles com uniformes da torcida Independente do São Paulo.

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Nesta madrugada, as duas organizadas desfilaram no sambódromo paulistano. A Independente fez "mea culpa" pelo ocorrido e afirmou que não se pode misturar Carnaval com futebol. Antes da entrada da agremiação na avenida, o mestre Adamastor, da bateria, propôs um minuto de silêncio pela morte do santista. Enquanto os cerca de 1,3 mil integrantes da escola permaneceram em silêncio, os alto-falantes seguiram com a apresentação oficial da Independente, prestes a entrar na avenida.

<p>Torcidas Independente e Jovem - de Santos e São Paulo - se encontraram no sambódromo paulistano nesta segunda-feira</p>
Torcidas Independente e Jovem - de Santos e São Paulo - se encontraram no sambódromo paulistano nesta segunda-feira
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra

"Não compactuamos com o que aconteceu. Foi um caso isolado e que nos traz uma tristeza muito grande", disse o mestre Adamastor antes de pedir silêncio para a sua bateria em homenagem ao torcedor morto.Quando a escola começou a se organizar para entrar na avenida - foi a terceira a desfilar - a organização do Carnaval colocou algumas grades para separar o local onde os poucos santistas que já estavam no local preparavam seus carros alegóricos. A Torcida Jovem foi a oitava a entrar na avenida.

O presidente da escola, Cosmo Damião Freitas Cid, desabafou antes da entrada. "Márcio era um menino bacana. Pai de família com filho de cinco meses. Ele foi morto covardemente. Eu repudio sempre isso. Esses anos todos, são 35 anos de alegria. São 35 anos de paz no Carnaval de São Paulo. Que Deus abençoe o Márcio e sua família. Esse Carnaval é dele. Tenho certeza de que de onde ele estive está torcendo para a gente", disse.

Entre os seus integrantes, a ordem era não falar de nada que não fosse Carnaval. Há um ressentimento sobre o que aconteceu. "O que fizeram com a gente foi uma trairagem. Não tem diálogo com essa gente. Um dia estávamos todos conversando. No outro acontece isso", disse um dos diretores da escola.

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Outra escola que desfilou nesta noite foi a Camisa 12 do Corinthians, que preferiu ficar alheia ao que aconteceu. Carlos Eduardo Souza Rodrigues, presidente agremiação, disse que orientou todos os integrantes da escola a irem rapidamente para casa depois do desfile. "Viemos aqui com outra proposta, e está todo mundo indo embora e em paz", disse ele.

Nas arquibancadas, os torcedores da Camisa 12 e da Força Jovem ficaram frente a frente. E trocaram as provocações tradicionais de estádio após a passagem da torcida corintiana. Quando a Torcida Jovem entrou na avenida, era a única que ainda tinha torcedores nas arquibancadas.

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Fonte: Terra
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