Na segunda-feira (4), ao participar do GloboNews em Pauta, Guga Chacra – um dos mais bem-informados e cultos jornalistas do canal, ressalte-se – se equivocou ao comentar a pane nas redes.
Ele disse que o mais grave foi a falha no WhatsApp. Em relação ao Instagram e Facebook, deu uma opinião inusitada: “Dá pra ficar algumas horas sem ver fotos”.
Guga precisa olhar além do Twitter, sua rede favorita. Milhões de brasileiros usam Instagram e Facebook não como mera distração, e sim para exibir produtos e fechar vendas pelo ‘direct’.
O Facebook, aliás, tem seu próprio marketplace, visível na ‘timeline’ de todo mundo, no qual os usuários podem vender e comprar uma infinidade de tipos de mercadorias.
As muitas horas sem as duas redes de fotos e vídeos geraram significativa queda de faturamento a incontáveis fabricantes, lojas, pequenos empreendedores, vendedores autônomos e influenciadores vinculados a marcas.
O ‘Insta’ e o ‘Face’ deixaram há muito tempo de ser apenas um meio para a superexposição da própria vida e bisbilhotar a rotina alheia. Tornaram-se importante balcão de negócios no País.
O Jornal da CNN, com William Waack, destacou o prejuízo que a interrupção prolongada dos apps causou em quem depende comercialmente das plataformas. “É uma vitrine virtual para angariar clientes”, afirmou um entrevistado.
Ainda no GloboNews Em Pauta, André Trigueiro foi certeiro ao criticar o Facebook por monopolizar as 3 plataformas que saíram do ar.
O jornalista lamentou que uma única companhia “defina regras, manipule algoritmos, rastreie à distância nossos hábitos, comportamentos, estilos de vida e padrões de consumo”.
“(Mark) Zuckerberg é a pessoa mais poderosa do mundo”, afirmou Trigueiro. A razão: ele detém o acesso e o controle da informação.
Cabe aqui uma reflexão de Bill Gates a respeito do tema: “O modo como você reúne, administra e usa a informação determina se vencerá ou perderá”. Alguém acha que Zuckerberg vai abrir mão desse poder?