Desde 1929, uma premiação anual da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas é cobiçada por atores, diretores e produtores de Hollywood. A estatueta do Oscar é sempre um sonho para quem trabalha com cinema, porém um caso marcante e curioso fez um produtor devolver às pressas a premiação nos anos 60.
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O fato aconteceu na edição de 1969 quando Young Americans, um longa sobre um grupo de coral formado por jovens que viajavam pelos EUA, ganhou a disputa na categoria de Melhor Documentário. Embora estivesse concorrendo ao prêmio naquele ano, a produção não havia sido lançada em 1968.
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Para que um filme esteja apto para disputar um Oscar, a Academia exige que ele tenha sido comercializado nos cinemas no ano anterior ao da cerimônia. Young Americans precisaria, portanto, ter uma data de lançamento marcada em 1968.
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Contudo, poucas semanas depois que o longa dirigido por Alexander Grasshoff levou a estatueta para casa, a Academia descobriu que o documentário fora exibido em um cinema em 1967. Diante disso, Gregory Peck, o então presidente da Academia na época, fez uma ligação para o diretor e o produtor Robert Cohn, pedindo para que eles devolvessem o prêmio (via Collider).
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“Young americans” recebeu a estatueta, na cerimônia realizada no dia 14 de abril. No dia 7 de maio, porém, o filme foi declarado inelegível ao ficar comprovado que ele havia sido exibido pela primeira vez em outubro de 1967.
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No dia seguinte, o Oscar mudou de dono e foi entregue aos produtores de “Journey into self”, dirigido por Bill McGraw (“Fortaleza Proibida”), que passou a constar nos registros oficiais como o vencedor daquele ano. O filme retrata uma sessão de terapia de grupo de 16 horas para oito pessoas bem ajustadas que nunca haviam se conhecido antes.
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Já o “Young americans” acompanha um coro musical de Los Angeles enquanto os jovens se preparam para a turnê de outono pelos Estados Unidos.
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“O que aconteceu foi, era uma prévia de teste em uma cidade pequena tipo, na Carolinad o Norte”, explicou Madilyn Clark Grasshoff, esposa do diretor, em entrevista de 2008 para o Los Angeles Times.
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“Eu não sei porque eles [os produtores do documentário] não lutaram contra isso, porque o filme não tinha sido lançado.”, acrescentou.
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Gregory Peck foi o presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas em 1967. Dois anos depois, recebeu em 1969 a Medalha Presidencial da Liberdade, a maior homenagem a ser prestada pelo Governo dos Estados Unidos a um civil. Além disso, possui uma estrela na Calçada da Fama, localizada em 6100 Hollywood Boulevard.
Foto: Flickr Bettina Cirone
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O ator Gregory Peck nasceu em San Diego, no dia 5 de abril de 1916, e interpretou personagens de caráter nobre e corajoso, que lutam contra injustiças. O mais famoso destes é o advogado Atticus Finch do filme O Sol é Para Todos de 1962, que lhe deu o Oscar de melhor ator e que foi escolhido como o maior herói das telas pelo American Film Institute em maio de 2003
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Além disso, presidiu a Academy de 1967 a 1970. Ele representava o último dos homens de bem numa época em que o bom-mocismo havia se tornado, em Hollywood, algo meio démodé. Logo se firmou como guardião dos ideais (perdidos) do "american way" e, à medida que pôde começar a escolher os filmes que iria protagonizar, passou a se ater cada vez mais a papéis edificantes
Foto: Reprodução do filme The Snows of Kilimanjaro / Domínio Público / commons wikimedia
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Gregory Peck era um daqueles atores cuja voz marcante, elegância e autenticidade parecem hoje um segredo que morreu com a grande era clássica do cinema. Ele protagonizou diversas adaptações cinematográficas realizadas a partir de grandes obras literárias, nas quais encarnou personagens heroicas, demonstrativas de seu valor na superação de sentimentos e incertezas.
Foto: Reprodução Youtube Canal Oscar
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Filmes como "As Neves do Kilimanjaro" (1952), baseado na obra de Ernest Hemingway, "Moby Dick" (1956), baseado na obra de Herman Melville ou "O Sol é para Todos" (1962), baseado no romance de H. Lee. Esse último papel, o de um consciencioso advogado sulista disposto a defender, contra todos, os direitos de um negro acusado de estupro, lhe valeu um Oscar.
Foto: Flick rELCA Archives
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O jovem padre idealista de "As Chaves do Reino" (1944) e o repórter exemplar de "A Luz É para Todos" (1947), em sua denúncia do antissemitismo, também foram trabalhos reconhecidos com indicações ao prêmio da Academia.
Foto: Reprodução Youtube Canal Oscar
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Peck durante muitos anos foi um grande astro de filmes de ação: obteve êxito em westerns como "Duelo ao Sol" (1946), "Da Terra Nascem os Homens" (1958) e em "Gringo Velho" (1990). Atuou em filmes de guerra como "Os Canhões de Navarone" (1960). Mas esteve em comédias também, como "Com o dinheiro dos Outros" (1991).
Foto: Reprodução Youtube Canal Oscar
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Alto, elegante, discreto e sumamente decente, Peck, que aprendeu a gostar de cinema com a avó, parecia ter herdado a aura dos heróis clássicos hollywoodianos que tanto admirava na infância. Ele morreu Los Angeles no dia 12 de junho de 2003, aos 87 anos. Segundo sua mulher Veronique, que estava ao seu lado, "ela estava segurando sua mão, ele fechou os olhos, dormiu e se foi".
Foto: Reprodução Youtube Canal Oscar
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A notícia da desqualificação de 'Young Americans' foi entregue de forma direta por Gregory Peck, o então presidente da Academia, que fez uma ligação para Grasshoff e Cohn, solicitando a restituição da estatueta.
Foto: Reprodução Redes Sociais
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Young Americans’ entrou para a história como o único ganhador do Oscar que precisou restituí-lo, deixando uma marca curiosa e inusitada na trajetória do prêmio mais prestigiado do cinema mundial.
Foto: Reprodução Facebook
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Quem recebeu a estatueta depois da desqualificação de 'Young Americans' foi o filme “Journey into self”, dirigido por Bill McGraw (“Fortaleza Proibida”), que ficou com o prêmio e está nos registros do Oscar.
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O filme retrata uma sessão de terapia em grupo de 16 horas para oito pessoas bem ajustadas que nunca haviam se conhecido antes. A sessão foi liderada pelos psicólogos Carl Rogers e Richard Farson . Os participantes incluíram um caixa, um estudante de teologia, um professor, um diretor, uma dona de casa e três empresários.
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Richard Farson foi um dos destaques do filme. Ele foi psicólogo, educador e presidente do Western Behavioral Sciences Institute, conhecido por seu trabalho inovador em diversas áreas como psicoterapia de grupo, direitos das crianças, liderança organizacional, educação a distância e design.
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O grupo fez um trabalho pioneiro em psicoterapia de grupo sem liderança, produzindo um documentário vencedor do Oscar (Jornada em direção ao self) e em criminologia, empregando ex-infratores. Eram pesquisadores em estudos que levaram a grandes reduções na criminalidade em lojas de conveniência.
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No entanto, somente "Young Americans" (1967) foi desclassificado após vencer o Oscar. A estatueta já havia sido entregue à direção do documentário quando este tornou-se inelegível.