Os telespectadores da Band assistem à ascensão da dinastia dos Datenas. José Luiz, o Datenão, transmitiu a dois de seus filhos, Joel e Vicente, a paixão pela TV.
O primeiro é âncora dos matinais ‘Bora Brasil’ e ‘Bora SP’. O outro comanda a versão do ‘Brasil Urgente’ em Goiás e passará a ser apresentador eventual da edição nacional do programa aos sábados, nas folgas do pai.
Joel também já substituiu Datena em várias ocasiões. As comparações são inevitáveis, mas os filhos de Datena têm personalidade e estilo próprios. São competentes e carismáticos.
Essa movimentação familiar na TV acontece no momento em que o veterano jornalista confirma a intenção de disputar a eleição do ano que vem. Cortejado por diferentes partidos, ele é pré-candidato à Presidência da República pelo PSL, legenda pela qual Jair Bolsonaro triunfou em 2018. Ex-petista, Datena foi filiado também ao PP, PRP, DEM e MDB antes de ser recebido de braços abertos no novo partido.
Com a polarização entre Lula e Bolsonaro, o apresentador se vê como o possível representante da terceira via. Até o momento, não foi incluído nas principais pesquisas de intenção de votos repercutidas na imprensa. Por enquanto, não é possível mensurar o impacto de sua visibilidade diária na TV aberta sobre o eleitorado.
Repórter de esportes antes de se tornar o mais conhecido âncora de atração policial da TV, José Luiz Datena está no vídeo desde meados da década de 1980. Trabalhou na Globo, Record, RedeTV! e teve algumas passagens pela Band. A fase atual no canal da família Saad começou em 2011.
O ‘Brasil Urgente’ gera média de 4 a 5 pontos no Ibope (de 820 mil a 1,1 milhão de telespectadores na Grande São Paulo). Incisivo, Datena tem fama de defensor do povo pobre e da polícia, e costuma ser implacável ao analisar e entrevistar políticos.
Impaciente, não se esforça para agradar a ninguém. Costuma ter arroubos diante das câmeras, com broncas e ironias sobre tudo e a todos. Seria um presidente sem filtro e desbocado. Se o projeto político vingar, os filhos terão um papel relevante ao tocar o legado do pai na TV e, eventualmente, defendê-lo diante das câmeras.