O economista Eduardo Giannetti da Fonseca, de 64 anos, foi eleito nesta quinta-feira, 16, para a cadeira nº 2 da Academia Brasileira de Letras, vaga desde a morte de Tarcísio Padilha, em setembro do ano passado.
A eleição, que aconteceu de forma híbrida no Petit Trianon, sede da ABL no Rio, foi disputada pois teve dois escrutínios, com Giannetti finalmente recebendo 18 dos 34 votos, quantidade mínima para se eleger. Eram 11 candidatos à vaga, mas seus principais concorrentes eram o escritor Gabriel Chalita e o advogado Sergio Bermudes.
A disputa também foi marcada por momentos de tensão, com declarações do editor e colecionador Pedro Corrêa do Lago (apoiador da eleição de Giannetti), no início da semana, a respeito de um suposto caso de assédio moral imposto por Chalita a um sobrinho.
Giannetti é mineiro de Belo Horizonte, foi professor da Faculdade de Economia e Administração da USP, um dos primeiros autores a publicar pela recém criada Companhia das Letras ainda em 1993, com Vícios Privados, Benefícios Públicos, que lhe rendeu o prêmio Jabuti no ano seguinte. Dos títulos recentes, Trópicos Utópicos, de 2016, é um apanhado de ensaios seus sobre o Brasil contemporâneo.
Com sua eleição, a ABL completa as vagas que estavam abertas desde o ano passado e que não foram preenchidas por conta da pandemia. A atriz Fernanda Montenegro tomou posse da Cadeira 17, que fora de Affonso Arinos de Mello Franco, morto em março de 2020. Também se tornaram membros o cantor e compositor Gilberto Gil, na Cadeira 20, anteriormente de Murilo Melo Filho, jornalista falecido em maio do ano passado. O médico Paulo Niemeyer Filho ficou com a cadeira do crítico literário Alfredo Bosi, de número 12, e José Paulo Cavalcanti com a 39, do ex-vice-presidente da República Marco Maciel.