Alice Braga elogia 'Ainda Estou Aqui' e celebra relação com Yawara: 'Manter a memória viva'

Durante a CCXP, atriz apresentou seu novo projeto de audiossérie com resgate histórico de perseguição a indígenas na ditadura.

6 dez 2024 - 20h32
(atualizado às 20h33)
Alice Braga e Daiara Tukano apresentam 'Yawara' na CCXP24
Alice Braga e Daiara Tukano apresentam 'Yawara' na CCXP24
Foto: Diego Padilha/Divulgação

Na CCXP24 para divulgar a audiossérie "Yawara: Uma História Oculta Sobre o Brasil", a atriz Alice Braga e a ativista indígena Daiara Tukano falaram à imprensa sobre a importância do resgate das memórias da ditadura militar brasileira.

O projeto, de oito episódios, é uma audiossérie de jornalismo investigativo que desvenda um mistério devastador que tem deixado indígenas vulneráveis e destruído vastas áreas da Amazônia por séculos. Inspirada no Relatório Figueiredo, a série investiga a relação do governo brasileiro com o apagamento histórico do genocídio indígena, um tema que, para Alice, relaciona-se com o recente sucesso de "Ainda Estou Aqui".

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O documento em questão, produzido pelo procurador Jader de Figueiredo Correia em 1967 e descoberto apenas durante a Comissão Nacional da Verdade, em 2012, apresenta todo o histórico da violência que o Estado brasileiro submeteu às populações indígenas em tentativas de integrar e "pacificar" suas comunidades.

Para Alice, que narra a série que mergulha na investigação do conteúdo desse Relatório, é importante que projetos como este ajudem a manter a história viva na memória coletiva. A atriz chegou a fazer uma relação entre a série e o filme estrelado por Fernanda Torres. Eunice Paiva, após o assassinato de Rubens, voltou a estudar e tornou-se advogada que lutou em prol dos direitos indígenas.

"Um desejo do Yawara é um pouco manter a memória viva do que está acontecendo agora também", disse a atriz, em entrevista coletiva durante a feira geek.

"O Ainda Estou Aqui, esse filme brasileiro que estamos celebrando e é de extrema importância, faz esse trabalho de relembrar o que aconteceu e quem foi Eunice. E a Eunice tem uma relação direta com a família da Daiara (...) É importante lembrar que, depois que ela perdeu o seu marido de forma trágica, que ela se transformou como mulher."

Alice Braga

Para a professora e ativista pelos direitos indígenas Daiara Tukano, Eunice foi essencial para que o movimento indígena tivesse mais visibilidade em um cenário nacional. "Meu pai foi uma liderança que correu atrás de várias outras lideranças para que, aqui em São Paulo, fosse discutido o que foi proposto para a Assembleia Nacional. A Eunice Paiva, que trabalhava para a Comissão Pró-Índio, foi uma aliada fundamental nesse processo", recorda. 

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Daiara conta que, no ano em que ela nasceu, em 1982, os cartórios nacionais não aceitavam o registro de nomes indígenas, e Eunice foi responsável pelo seu registro de nascimento. "Cartório não aceitava nome indígena, tinha que colocar nome de branco. E a Eunice fez o favor de assinar um parecer, como advogada, para que o cartório aceitasse o registro do meu nome."

"Yawara" já está disponível na Audible, plataforma de audiolivros e audiosséries da Amazon. Confira o trailer a seguir. 

Fonte: Redação Entre Telas
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