Estrelada por Ana de Armas e dirigida pelo cineasta Andrew Dominik, a cinebiografia fictícia de Marilyn Monroe, 'Blonde' (2022), recebeu diversas críticas pelo modo como retratou a eterna estrela de Hollywood. No entanto, de Armas discorda dos comentários negativos que a produção recebeu do público e de grande parte dos críticos de cinema.
Em entrevista ao The Hollywood Reporter, a atriz falou sobre como o filme foi recebido de maneiras diferentes na Itália e nos Estados Unidos. Vale lembrar que a produção estreou no Festival Internacional de Cinema de Veneza de 2022, onde foi aplaudida de pé por 14 minutos.
"Quando estreamos o filme em Veneza, ou San Sebastián, [a reação foi muito mais calorosa do que a recepção nos Estados Unidos]. Claro, a reação que chama mais atenção é a dos Estados Unidos, mas essa não foi toda a experiência", afirmou de Armas. "É difícil ouvir essas reações, mas você sempre pode voltar ao que viveu, porque fez isso e os motivos pelos quais se sentiu atraído pelo projeto. Isso não vai mudar. Você tem o diretor e outros atores com quem sempre pode conversar".
Por mais difícil que seja ouvir quando as pessoas não gostam do seu filme, é o que é. Não foi um filme que foi feito para agradar às pessoas ou para fazer as pessoas gostarem. É um filme difícil de assistir."
Para a atriz, 'Blonde' era o tipo de filme que faltava para retratar a história de Monroe. "Já assisti a filmes sobre Marilyn antes, e eles sempre pareciam no mesmo tom – repetitivos, seguindo as coisas que já sabemos [sobre] ela como estrela de cinema", disse.
"Essa intimidade, esse lado privado e profundo dela em sua psicologia, ou trauma, que é o que 'Blonde' é, isso estava faltando para mim. Quando li ['Blonde'], fiquei tipo, 'Oh, é isso. O que estou lendo faz sentido para alguém cuja vida terminou de forma muito trágica, tão cedo.' — faltavam peças", explicou de Armas.
Sobre os comentários de que o longa foi desrespeitoso com a memória de Marilyn, ela afirma: "Não acho que o filme fale mal dela nem um pouco. Eu acho que é o oposto. Acho que fala mal do meio ambiente e da indústria, e às vezes é uma pílula difícil de engolir para outras pessoas no ramo".
"Sinto que o filme também faz com que o público se sinta participante. Contribuímos na época, e ainda contribuímos, na exploração de atores, pessoas sob os olhos do público. Nós, o público, fazemos isso", disse ela. "E eu sinto que é possível que algumas pessoas tenham sentido que [alguém] apontou o dedo para [elas]".
Baseada no romance da escritora norte-americana Joyce Carol Oates, que reimagina a vida pessoal e profissional de Monroe, desde sua infância como Norma Jeane até o momento em que atinge o estrelato em Hollywood, a produção foi desenvolvida pela Netflix e está disponível no catálogo da gigante do streaming.
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