A onda de testemunhos de vítimas de assédio sexual em Hollywood, que derrubou nomes como Harvey Weinstein, Kevin Spacey e James Toback, também atingiu Ben Affleck. O ator - que se desculpou pela forma como tratou a atriz Hilarie Burton e a apresentadora Anne-Marie Losique - declarou à Associated Press que está "revendo e tratando seu comportamento" e que quer "ser parte da solução" (via DailyNews).
Em entrevista à agência internacional, no último domingo, o astro de Liga da Justiça afirmou que duas mudanças precisam ser feitas para que a situação comece a ser resolvida: promover mais mulheres aos cargos de poder da indústria cinematográfica; e fazer com que a problemática dos comportamentos predatórios que dão início aos assédios sexuais também seja uma responsabilidade dos homens.
Os perturbadores relatos de atrizes - como Lupita Nyong'o, Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow -, atores e de inúmeras outras corajosas vítimas (em sua grande maioria mulheres), pertencentes ou não a Hollywood, expuseram o lado mais sórdido da indústria cinematográfica. Sistemático e estrutural, o profundo problema sequer está próximo de ser revelado em sua totalidade e quanto mais testemunhas e vozes críticas se manifestarem quanto à questão, maiores chances de solucionar a questão serão geradas.
Como a indústria do cinema vem reagindo de forma incisiva, é possível ter alguma esperança de que, daqui para a frente, predadores sexuais sejam identificados e neutralizados dentro de Hollywood. A Netflix, por exemplo, cortou todos os laços com Kevin Spacey, removendo-o da sexta e última temporada de House of Cards. Instituições como a Academia do Oscar e o Sindicato de Produtores dos EUA, por sua vez, baniram Harvey Weinstein para sempre.