O filme "Calígula" está de volta aos cinemas em uma versão remasterizada, com novas cenas e um olhar crítico sobre o poder absoluto.
Tirem as crianças da sala! O filme “Calígula" está de volta aos cinemas em uma versão remasterizada, com a inclusão de novas cenas, inéditas até então.
"Calígula", dirigido por Tinto Brass e lançado em 1979, tornou-se um dos longas mais polêmicos da história do cinema, tanto por seu conteúdo gráfico quanto pelos conflitos entre sua visão artística e as exigências de produção.
Retratando o reinado do imperador romano Calígula (interpretado por Malcolm McDowell), a obra combina um olhar crítico sobre o poder absoluto com cenas de violência extrema e explícito conteúdo sexual, o que gerou controvérsia mundial.
Concebido inicialmente como um drama histórico com um roteiro de Gore Vidal, "Calígula" sofreu grandes alterações quando o produtor Bob Guccione, fundador da revista Penthouse, inseriu cenas pornográficas sem o consentimento do diretor e do elenco principal. Isso transformou o filme em algo entre um épico histórico e uma exploração explícita do sexo e da decadência. Essas mudanças geraram críticas ferozes e disputas legais, com Gore Vidal e Tinto Brass se distanciando publicamente do projeto.
Na época de seu lançamento, "Calígula" foi banido em diversos países e censurado em outros, atraindo tanto curiosidade quanto repulsa. Enquanto alguns o consideraram uma exploração vulgar, outros o defenderam como uma crítica ao abuso de poder e à degradação moral. Mesmo décadas depois, o filme ainda provoca debates sobre os limites entre arte e exploração comercial.
(*) Rodrigo James é jornalista, criador de conteúdo e publica semanalmente a newsletter MALA com notícias, críticas e pensatas sobre cultura pop e entretenimento.