O live-action de "O Rei Leão", que estreou em julho deste ano, precisou de 1.200 artistas gráficos e 50 desenvolvedores de software para recriar os personagens e a savana da animação clássica da Disney, de 1994. As informações são do supervisor de efeitos visuais Julien Bolbach, que trabalhou na produção do novo longa e esteve na Comic Con Experience, nesta quinta-feira (05).
Com filmes como "Alien: Covenant", "Harry Potter e as Relíquias da Morte" e "Esquadrão Suicida" em seu currículo, Bolbach conta que a proposta que incentivou a criação da nova versão de "O Rei Leão" partiu do diretor de "Mogli: O Menino Lobo", Jonh Favreau. "Ele queria saber como poderíamos adaptar as histórias mais clássicas, mantendo sua essência, e passar uma sensação de documentário", diz.
Para responder a inquietação de Favreau, Bolbach revela que a produção de "O Rei Leão" teve de desenvolver uma ferramenta própria de modelagem de personagens e ambientes. Isso porque em "Mogli: O Menino Lobo", projeto anterior do diretor, os efeitos especiais dependiam de uma estrutura física no set: o chroma key. O conceito proposto pelo diretor necessitaria de uma digitalização total dos processos de efeitos visuais.
A produção do novo "O Rei Leão" acabou desenvolvendo um software de realidade virtual, em que os componentes gráficos, como o ambiente, os personagens e as forças da natureza, poderiam ser manipulados e testados antes da gravação final. "É como se tivéssemos feito um videogame para conseguir gravar o filme", afirma Bolbach.
Além de uma equipe robusta e um software específico, a produção do novo "O Rei Leão" também precisou de uma grande quantidade de material de referência. "Tivemos que criar todo o filme do zero, desde o grão de areia até o panorama das savanas", conta. Para recriar todos os componentes, foram necessárias fotos, vídeos de animais em seu habitat natural e dos cenários
No total, além dos 17 personagens principais, a produção do novo "O Rei Leão" criou mais de 355 outros animais, como rinocerontes, insetos, zebras e antílopes, por exemplo. Isso sem contar o desenvolvimento de efeitos visuais avançados, como, por exemplo, a interação dos modelos 3D dos ambientes e personagens com forças da natureza, como fogo, fumaça e chuva.