'Donzela': Diretor do novo filme com Millie Bobby Brown conta detalhes

Juan Carlos Fresnadillo contou que a atriz sempre foi a primeira e única opção para o papel.

13 mar 2024 - 12h36
(atualizado às 15h27)
Foto: Divulgação / Divulgação

A Netflix acaba de lançar sua mais nova parceria com Millie Bobby Brown, o filme Donzela. Sob a direção de Juan Carlos Fresnadillo, o filme acompanha nossa protagonista, que concorda em se casar com um lindo príncipe, mas não sabe que a realeza pretende sacrificá-la para pagar uma dívida antiga. Presa na caverna de um dragão que cospe fogo, ela vai precisar usar sua inteligência e perseverança para sobreviver.

Em entrevista, Juan contou o que mais o atraiu nessa história que mistura fantasia e ação.

Publicidade

"A primeira vez que li o roteiro foi em 2018, mas senti como se eu já estivesse ligado a esse projeto há muito tempo. Tenho a sensação de que foi a história que me encontrou, porque eu já buscava algo assim há anos. Desde criança, gosto de contos de fadas e fábulas, especialmente quando eles têm uma reviravolta mais pesada. Já explorei a origem de alguns contos no meu filme anterior, Intrusos, por exemplo, e acho que um aspecto interessante que essas histórias têm em comum é que elas giram em torno da perda da inocência. De alguma forma, se tornar adulto é perder a inocência, e essa experiência é dolorosa. Esse processo de transformação é quase uma jornada de sobrevivência", disse.

"Eu acredito mesmo que a única forma de amadurecer é viver experiências intensas e dramáticas por conta própria. Tornar-se adulto é uma experiência solitária. E acho que o filme oferece um olhar moderno e contemporâneo sobre essa experiência. A princesa dessa história aprende que a única forma de se transformar na mulher que ela se torna no final do filme é deixar de lado as ideias românticas e aceitar o fato de que ela tem que sobreviver e lutar pela própria vida. Foi essa jornada, esse processo que me atraiu desde o começo".

Indo na contramão dos clássicos, o diretor conta qual o diferencial de Donzela.

"A grande virada no filme é que não existe salvador. Só a donzela pode se salvar. E, se ela quiser se salvar, precisará lutar. Todo conto de fadas é sobre romantismo. É o amor que salva: o amor da família, do príncipe, é sempre algo que vem de fora para mudar o seu mundo para melhor. Nessa  história, invertemos essa ideia. O amor que salva é o amor-próprio", afirmou.

Publicidade

Concordando com Juan, Dan Mazeau, o roteirista, também deu sua visão do filme.

"Eu sempre amei histórias de fantasia. Enredos sobre cavaleiros, magos, dragões. E é claro que O Hobbit, O Senhor dos Anéis e O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa fizeram parte disso. Eu devorei essas histórias quando era criança. Mas eu já venho pensando nessa reviravolta desde a adolescência, porque percebi que não havia histórias que falassem de uma princesa que precisasse se salvar de um dragão em vez de esperar para ser salva. Acho que essa é a mensagem do filme: ninguém precisa se limitar às expectativas do mundo e fazer só o que os outros esperam, seja de uma perspectiva externaou por conta  de traumas internos. É possível reescrever a própria história", disse.

Sobre a escolha de Millie para o papel, o diretor disse que ela sempre foi sua única opção.

"Ela foi a primeira e a única. Essa é a história de uma garota que se torna adulta, e Millie passou por essa transformação como pessoa e atriz diante dos nossos olhos nos últimos anos. Acredito que exatamente

por isso ela tinha os elementos e recursos para interpretar Elodie, porque viveu essa experiência muito

recentemente. Ela era a atriz mais convincente para estar nesse papel".

Publicidade

Não podemos deixar de falar de Robin Wright, a princesa prometida mais famosa do cinema que,

em mais uma reviravolta, interpreta a rainha má.

"Sou fã da Robin há muitos anos. Assim que começamos a falar de quem poderia interpretar a rainha

má, ela já apareceu como a atriz dos sonhos para o papel. Sinceramente, quando a sugerimos, eu achei

que esse não era um papel digno dela e que ela não se interessaria por esse tipo de história. Então,

quando eu soube que ela estava interessada, fiquei muito feliz. Trazer a princesa Buttercup para essa

história em um papel de vilã já mostra que estamos subvertendo os contos de fadas. Ela traz sofisticação

para a personagem, mas também uma dureza", conta.

Publicidade

Colocar Angela Bassett no papel da madrasta também foi uma jogada de mestre.

"Nós também quisemos abandonar o estereótipo de madrasta cruel. Ser madrasta implica se colocar em uma situação muito delicada porque a família já está construída e a pessoa entra em um papel de alguém

que não está mais lá. É claro que não dá para ser esse alguém, e ela luta contra esse papel, nesse caso,

contra o fantasma da mãe. E é difícil ser aceita nesse lugar. Gosto muito da essência dessa personagem, dos aspectos psicológicos, e Dan usou a madrasta para desenvolver uma história realmente humana. Ela é uma das personagens mais importantes porque está acolhendo filhas que não são dela, mas que ela ama muito. Então era essencial ter uma mulher forte nesse papel".

Donzela já está disponível na Netflix.

Paulista, formada em jornalismo e cinema, sempre foi apaixonada por filmes e séries. Aos poucos, começou a escrever suas primeiras críticas e percebeu que poderia transformar o universo da Cultura Pop em sua profissão.
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se