Na manhã do dia 19 de novembro, a equipe responsável pelas redes sociais da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas — entidade que organiza o Oscar — foi pega de surpresa por uma enxurrada de interações vindas do Brasil. A causa? A postagem de uma foto de Fernanda Torres durante o Governors Awards, tradicional evento que antecipa as tendências da premiação. Em poucas horas, a imagem se tornou uma das mais curtidas da história do perfil oficial da Academia.
O que pode parecer um fato curioso ou até irrelevante é, na verdade, um reflexo de como as redes sociais têm se tornado uma ferramenta poderosa no universo das premiações. Apesar do peso artístico das obras, o Oscar é, em essência, um grande jogo de lobby. E esse lobby, cada vez mais, se estende às plataformas digitais, onde os membros da Academia — que são, afinal, pessoas comuns e ativas nas redes — podem ser impactados por movimentos como esse.
Redes Sociais e Lobby: Uma Nova Dinâmica no Oscar
Um exemplo claro de como a mobilização digital pode alterar o rumo das premiações aconteceu recentemente com o filme Argentina, 1985. Graças à intensa campanha do público argentino nas redes, o longa desbancou o então favorito Nada de Novo no Front e venceu o Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro em 2023. Esse feito abriu caminho para que o filme também conquistasse uma indicação ao Oscar.
Esse tipo de impacto reflete uma mudança na dinâmica do Oscar. Mais do que nunca, a premiação busca se conectar com o público, especialmente em um momento de queda acentuada de audiência. Como uma cerimônia que combina mérito artístico e interesses comerciais, o Oscar tem usado estratégias de inclusão e engajamento online para se manter relevante — e o barulho brasileiro nas redes sociais se encaixa perfeitamente nesse contexto.
O Brasil no Oscar
Além da mobilização online, a campanha de divulgação liderada pela Sony para o filme brasileiro que concorre em 2025 tem sido intensa e bem estruturada, ampliando as chances de o Brasil conquistar sua primeira estatueta. Com o apoio de uma mobilização massiva do público, semelhante ao que foi feito pelos argentinos, o sonho de ver o cinema nacional ganhar um Oscar nunca esteve tão próximo.
Embora o Oscar não deva ser o único parâmetro para avaliar o valor de uma cinematografia, a conquista teria um impacto inegável. A vitória colocaria os holofotes sobre o cinema brasileiro, atraindo a atenção internacional para nossas histórias, nossa cultura e nosso talento.
No fim das contas, não se trata apenas de um troféu dourado. Trata-se de fazer o mundo olhar para o Brasil, com suas riquezas culturais, sua gente criativa e suas narrativas únicas. E, nesse processo, até mesmo a força de um like pode fazer toda a diferença.