ATENÇÃO! ESTE TEXTO CONTÉM SPOILERS DO PRIMEIRO EPISÓDIO DA TERCEIRA TEMPORADA DE WESTWORLD
O que é real? Desde a primeira temporada Westworld, os limites da realidade têm sido testados e questionados. Em 2016, descobrimos que a série era muito mais do que uma história sobre robôs em um parque de diversões. A tecnologia desenvolveu traços humanos capazes de demonstrar muito mais empatia, dor, sentimento do que qualquer ser vivo. Já na segunda temporada, o Além do Vale foi mostrado como o éden para essas máquinas, cujo destino com humanos estaria cada vez mais entrelaçado, caso os planos da Delos de prolongar a consciência humana após a morte se concretizassem.
Com a terceira temporada o debate vai para o mundo real. O primeiro capítulo apresenta duas principais narrativas, a de Dolores (Evan Rachel Wood) e Caleb, personagem de Aaron Paul, ator de Breaking Bad, e a de Charlotte (Tessa Thompson) e Bernard (Jeffrey Wright), além de uma cena pós- crédito importante com Maeve (Thandie Newton).
Na trama principal, Dolores aparece já fora do parque e se apresenta como a última de sua espécie em uma nova Los Angeles futurista, em que a tecnologia se faz intrinsecamente presente no cotidiano. A personagem de Evan Rachel Wood tem uma nova “missão” para chamar de sua: está atrás do conhecimento da Insight, empresa que controla a inteligência artificial que faz a “roda girar” na realidade atual. Enquanto isso, representando a porção “humana” da narrativa, Caleb lida com a inteligência artificial a partir de um trauma. Seu personagem perde um amigo em um embate, cujos detalhes ainda são desconhecidos, e a inteligência artificial cria um terapeuta robô para que Caleb supere essa experiência.
Bem reticente da eficiência do tratamento desde o começo, o personagem de Aaron Paul termina o episódio desistindo de usar a tecnologia “terapêutica” para, logo depois, encontrar com Dolores. O que pode ser uma pista da discussão que a nova temporada pode trazer: ele, descrente dos benefícios dos avanços tecnológicos, ela, uma das mais humanas do robôs, em lados opostos, colocando em prova as crenças de seus respectivos personagens.
Em narrativa paralela, Charlotte aparece brevemente para culpar Bernard dos assassinatos de Westworld e tentar reabrir o parque. Logo descobrimos que o personagem de Jeffrey Wright está escondido em um vilarejo e parece ter criado um perfil, dentro da própria “mente”, para controlar a si mesmo. Bernard parece evitar querer o encontro com Dolores e faz checagens diárias com seu “alter ego” para saber se algo da sua memória foi modificado. No fim do episódio, Bernard começa sua jornada de retorno a Westworld que, ao que a cena pós-crédito sugere, está ativo.
Com estreia marcada para o dia 15 de março, às 23h, na HBO e HBO GO, a terceira temporada de Westworld cria novamente um novo universo para discutir os avanços da tecnologia e da humanidade. Apesar de ser contextualizada em “mundos” diferentes, não é uma história que funciona individualmente e exige atenção redobrada aos detalhes, já que por muitas vezes o programa conta a história de forma não linear. Se souber dosar a ficção, a trama promete ser envolvente e intrigante.