O ator Cuba Gooding Jr. (o O.J. Simpson de "American Crime Story") não será preso após ter se declarado culpado no julgamento de assédio sexual que ele enfrenta na justiça de Nova York. O caso foi resolvido nesta quinta (13/10), depois de o ator ter cumprido os termos de um acordo de confissão condicional.
A promotora Coleen Balbert disse que Gooding apresentou bom comportamento e completou os seis meses de aconselhamento a respeito do vício em álcool e do seu comportamento, permitindo que ele retirasse sua alegação de contravenção e se declarasse culpado de uma violação de assédio.
Balbert disse ainda que recebeu "relatos positivos nos últimos seis meses" do terapeuta de Gooding e que o ator optou por continuar com o tratamento além do tempo exigido.
Portanto, Gooding não vai enfrentar nenhuma penalidade adicional. Além disso, ao ter substituído a sua alegação de contravenção por uma alegação de violação não criminal, ele não terá antecedentes criminais. Se Gooding não cumprisse os termos do acordo, ele poderia pegar até um ano de prisão.
Gooding se declarou culpado em abril de uma acusação de contravenção por ter beijado à força uma funcionária de uma boate de Nova York em 2018. Essa foi apenas uma das dezenas de alegações de comportamento inadequado contra o ator que vieram à tona nos últimos anos.
Algumas das acusadoras de Gooding criticaram a decisão, por considerá-la leve demais e vão abrir um processo civil contra ele. Durante o julgamento, a funcionária da boate disse que as ações de Gooding tiveram uma repercussão mínima para ele, enquanto suas vítimas precisaram lidar com as consequências dos seus atos.
Vencedor do Oscar por "Jerry Maguire: A Grande Virada" (1996), o ator chegou a ser preso em 2019 após uma mulher acusá-lo de apalpar seus seios sem permissão em um bar na cidade. O caso teve grande repercussão e, depois de pagar fiança para responder o processo em liberdade, outras mulheres acusaram o ator publicamente de atos semelhantes.
Gooding acabou acusado em mais dois casos adicionais, por beliscar as nádegas de uma garçonete e tocar de forma inapropriada outra mulher, ambas em 2018 em Nova York. Até se declarar culpado, ele negava as acusações. Seus advogados argumentavam que os promotores tinham se tornado zelosos demais, apanhados no fervor do movimento #MeToo, ao transformar "gestos comuns" ou mal-entendidos em crimes.
A linha da defesa mudou após o juiz decidir que, caso Gooding fosse a julgamento, os promotores poderiam chamar mais mulheres que o denunciaram para testemunhar sobre alegações de que Gooding também as tocou sem permissão. Ao todo, 19 acusadoras vieram à público denunciar o comportamento do ator.
Ele também é acusado, em outro processo, de estuprar uma mulher na cidade de Nova York em 2013. Depois que um juiz emitiu uma sentença de condenação à revelia em julho passado, porque Gooding não respondeu ao processo, o ator contratou um advogado e está lutando contra as alegações.
O caso de Gooding é apenas mais um em uma série de processos de abuso sexual em andamento. Outros julgamentos que estão acontecendo atualmente são os de Kevin Spacey ("House of Cards"), Harvey Weinstein (produtor de "Os Oito Odiados") e Danny Masterson ("That 70's Show").