O diretor Adam McKay acredita que o filme 'Wicked' pode enfrentar censura nos Estados Unidos devido ao seu teor político e temática ousada.
O diretor Adam McKay, conhecido por seus filmes com forte teor político, acredita que o longa-metragem “Wicked” pode vir a enfrentar censura nos Estadzzos Unidos nos próximos anos, considerando o atual clima político do país. Em uma série de postagens na rede social X, McKay elogiou o musical, que estreou recentemente, destacando sua temática ousada e seu timing político.
“No quesito narrativa, ‘Wicked’ está entre os filmes mais radicais já produzidos por grandes estúdios de Hollywood. O longa trata abertamente sobre radicalização diante do carreirismo, fascismo e propaganda”, escreveu McKay. Ele também apontou que o momento de lançamento é significativo, uma vez que os EUA “nunca estiveram tão conservadores e propagandizados”.
McKay respondeu a um usuário da plataforma que demonstrou surpresa com sua análise, afirmando: “Se os Estados Unidos continuarem no caminho atual, não me surpreenderia se o filme fosse banido em três a cinco anos”. Vale lembrar que “Wicked” chegou a ser temporariamente retirado dos cinemas no Kuwait, supostamente devido ao elenco LGBTQ.
O diretor, que assina filmes como “Don’t Look Up”, “Vice” e “A Grande Aposta”, comparou “Wicked” a clássicos radicais de Hollywood como “Cidadão Kane” e “Jogos Vorazes”. Segundo ele, “a Parte 1 é muito radical”, enquanto a Parte 2 "deve assumir um tom mais moderado".
Baseado no livro “Wicked: The Life and Times of the Wicked Witch of the West”, de Gregory Maguire, o musical já acumula indicações importantes ao Globo de Ouro e é cotado para o Oscar de Melhor Filme.
(*) Rodrigo James é jornalista, criador de conteúdo e publica semanalmente a newsletter MALA com notícias, críticas e pensatas sobre cultura pop e entretenimento.