A maldição do homem que se transforma em lobisomem toda a noite de lua cheia, tornando-se uma criatura feroz que ataca humanos e animais, acaba de ser mais uma vez reinventada.
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Em Lobisomem, que chegou aos cinemas na quinta-feira, 16, Leigh Whannell (O Homem Invisível e Sobrenatural: Capítulo 3) aposta na transformação psicológica do protagonista, Blake, interpretado por Christopher Abbott (Pobres Criaturas), ao se tornar o homem lobo e o impacto desta metamorfose na sua já desgastada relação com a esposa, Charlotte, vivida por Julia Garner (Inventando Anna).
Uma mistura de drama familiar com suspense e body horror, abordagem diferente das fórmulas já imortalizadas em O Lobisomem (1941) e Um Lobisomem Americano em Londres (1981).
“Durante décadas, os filmes de lobisomem estabeleceram o padrão para a transformação trágica [do homem em monstro], mas queríamos trazer à tona a humanidade e focar no relacionamento, na transformação física e emocional e, de certa forma, retirar alguns dos clichês já muito utilizados”, explica Lee ao Terra.
“E também queríamos desacelerar essa transformação, algo que não tínhamos visto antes”, acrescenta Corbertt Tuck, co-roteirista do longa.
Uma longa despedida
O filme de aproximadamente 1h40 de duração permite que o público vivencie a metamorfose do personagem sob diferentes perspetivas, explorando a perda de identidade, a desconexão emocional e, claro, o medo.
Assim, o público pode acompanhar em câmera a transformação de Blake tanto da perspetiva dele quanto da perspetiva da sua esposa e filha de 8 anos, Ginger, interpretado por Matilda Firth (Coma).
Julia Garner explica que Whannell desejava abordar a transformação de Blake em Lobisomem “quase como uma doença”, quando um ente querido vai perdendo as características que lhe tornavam único.
“Ele [Blake] está vivo? Tecnicamente, sim. Mas ele não está vivo. A pessoa com quem me casei, o pai da minha filha, não está mais aqui [...] é devastador saber que o potencial, o sonho, está morto”, diz Julia.
Uma despedida. Um processo de luto. Foi assim que a estrela de ‘Inventando Ana’ construiu a sua personagem. Entre leituras sobre luto e conversas com o diretor, Julia explica que “abordou o roteiro como se fossem os sete estágios do luto. Há momentos em que ela está sem esperança, depois deprimida, e então desesperada ou delirante… até chegar a aceitação”.
Drama, sangue e movimento
Christopher Abbot, protagonista da história, define o longa como “um drama familiar, no começo, que se torna um horror”. Para ele, a transformação lenta do homem em lobo foi um dos atrativos para aceitar participar da produção.
“Eu não sei quantas vezes na minha carreira me pedirão para interpretar um animal de qualquer tipo, sabe? É tão único que você meio que tem que fazer isso. Você tem que tentar”, brinca.
O personagem também propôs um novo desafio ao ator, que contou com a ajuda de um coreógrafo para estudar o movimento de diferentes animais e de formas geométricas.
“A progressão lenta da transformação, ser capaz de brincar com todos os níveis desse tipo de transformação, foi o tipo mais legal de desafio. E o fato de ser tudo tão físico, era algo que eu não tinha conseguido fazer antes”, finaliza.
Sinopse
Blake, um pai de família de São Francisco, vive um casamento em crise com Charlotte. Uma relação fragmentada também percebida no distanciamento de Charlotte relação com a filha de 8 anos, Ginger.
Após herdar a antiga fazenda da família num lugar remoto do Oregon, Blake convence a companheira a passarem um tempo na propriedade, numa tentativa de reaproximação.
Ao chegarem à noite na fazenda, eles são atacados por uma criatura misteriosa e à medida que a noite avança, Blake começa a apresentar comportamentos estranhos, transformando para sempre a vida de todos.