Posicionamento sobre o boicote
Durante um evento de divulgação internacional do longa "Ainda Estou Aqui", Fernanda Torres e o diretor Walter Salles declararam que as tentativas de boicote ao filme por setores da direita brasileira não tiveram o efeito esperado. "Eles (representantes da direita) foram ver o filme e choraram", afirmou Torres na última segunda-feira (8/1).
A atriz, que venceu o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Filme de Drama, explicou que a produção não foca em um discurso político específico, mas em uma história familiar com a qual todos podem se identificar. "O filme não é sobre os revolucionários, a esquerda, a guerrilha contra a ditadura. É sobre uma família, o que todos podem se relacionar. Nós podemos escapar desse pensamento binário no Brasil, porque todo mundo tem uma família, uma mãe, um pai", declarou.
O filme se tornou o mais assistido de 2024 no Brasil, com mais de 3 milhões de espectadores, e consagrou a interpretação da atriz com o Globo de Ouro no último domingo (5/1).
Repercussão política
Governadores como Ratinho Júnior, do Paraná, e Cláudio Castro, do Rio de Janeiro, parabenizaram a atriz pela conquista, mesmo sendo alinhados à direita política. Entretanto, Mario Frias, ex-secretário de Cultura e atual deputado federal pelo PL de São Paulo, criticou as manifestações de apoio à atriz.
Frias publicou em sua conta na rede social X que "o filme visa distrair o imaginário popular com os perigos de uma ditadura inexistente". "Isso aí não é uma vitória do Brasil. O que temos ali é a autobajulação de militantes radicais da esquerda mundial, querendo dar ar de legitimidade a um filme que é uma peça de ficção e desinformação da esquerda brasileira", radicalizou Frias.
Impacto nas redes sociais
Em 20 horas desde a vitória de Fernanda Torres no domingo (5/1) até o fim da tarde do dia seguinte, as menções à atriz somaram 2,54 milhões de publicações nas redes, segundo levantamento da consultoria Bites. O monitoramento revelou que o nome de Torres gerou 44,2 milhões de interações, incluindo curtidas, comentários e compartilhamentos.
Para efeito de comparação, Lula foi mencionado 334 mil vezes no mesmo período, enquanto Bolsonaro teve 191 mil menções. O levantamento evidencia o alcance significativo da repercussão em torno da premiação da atriz.