"Maré Alta" é destaque entre produções LGBTQIA+
O drama indie "Maré Alta", protagonizado por Marco Pigossi ("Cidade Invisível"), foi indicado ao 36º GLAAD Media Awards, anunciado na noite desta quarta-feira (22). A premiação, promovida pela Gay & Lesbian Alliance Against Defamation, celebra produções que destacam a comunidade LGBTQIA+ no cinema, TV e streaming e é considerada o "Oscar LGBTQIA+".
O longa dirigido pelo cineasta italiano Marco Calvani, marido de Pigossi, concorre na categoria de Melhor Filme em Lançamento Limitado nos cinemas. A cerimônia ocorrerá em 27 de março, em Los Angeles.
Reconhecimento internacional e cenas polêmicas
"Maré Alta" tem acumulado reconhecimento em festivais, incluindo o prêmio de Melhor Filme do Público no Festival MixBrasil de Cultura da Diversidade de 2024 e participação na seleção oficial do Festival do Rio. Em dezembro, cenas quentes protagonizadas por Marco Pigossi viralizaram nas redes sociais, gerando grande repercussão.
No drama, Pigossi interpreta Lourenço, um imigrante brasileiro nos Estados Unidos enfrentando dificuldades emocionais e práticas, como o iminente vencimento de seu visto, após ser abandonado pelo namorado americano.
Polêmica sobre "Emília Pérez"
Apesar de ter sido amplamente aclamado com 13 indicações ao Oscar, o filme "Emília Pérez", com uma trama LGBTQIA+ e protagonizado por uma mulher trans, foi esnobado pelo GLAAD Media Awards e ficou sem nenhuma indicação. Em novembro, a instituição criticou o longa em um artigo intitulado "'Emília Pérez' não é uma boa representação trans", classificando-o como "um passo para trás" em termos de representatividade.
O filme recebeu outras críticas por promover clichês negativos da transexualidade, com destaque para um texto filósofo e cineasta espanhol Paul B. Preciado, diretor de "Orlando, Minha Biografia Política", no jornal El País. Preciado criticou duramente o filme. "Enquanto alguns já lustram as estatuetas do Oscar de 'Emilia Pérez', eu vim para queimar os Oscars e salvar todas as Emilias do México da violência da indústria cinematográfica", escreveu. "Carregado de racismo e transfobia, 'Emilia Pérez' reforça a narrativa colonial e patologizante não só da transição de gênero, mas também da cultura mexicana", atacou.