Em seus apenas 24 anos de vida, James Dean (1931-1955) tornou-se um ícone do cinema americano. Uma nova biografia destrincha a amizade do ator com Elizabeth Taylor, também símbolo da era de ouro de Hollywood, e lembra a revelação de que Dean foi abusado por um sacerdote aos 11 anos de idade.
Taylor e Dean tornaram-se grande amigos nas filmagens de Assim Caminha a Humanidade, lançado em 1956. Em Jimmy: The Secret Life of James Dean ("Jimmy: A Vida Secreta de James Dean", em tradução literal), o escritor Jason Colavito conta que os dois tiveram um início complicado, já que o ator provocava a colega de elenco, ignorando-a.
Segundo a revista People, Colavito escreve no livro que Taylor exigiu saber o motivo de tal tratamento e, quando ela "provou a ele que se importava", os atores viraram grandes amigos. "Ela o via como um cachorrinho ferido, e ele a via como sensível, carinhosa e (o mais importante) confiável", escreve.
Os dois nunca se envolveram romanticamente e desenvolveram uma relação de irmãos, se tornando confidentes. Foi em uma destas conversas que Dean fez a revelação sobre o abuso. "Ele disse a Taylor que seu pastor - ele quase certamente se referia ao reverendo [James] DeWeerd - havia abusado sexualmente dele, e Taylor sentiu que o trauma do abuso o havia machucado profundamente", conta o livro.
Décadas depois, em 1997, Taylor contou a revelação ao jornalista Kevin Sessums e o fez prometer que só revelaria a informação ao público após sua morte. Ela morreu em 2011, aos 79 anos, por insuficiência cardíaca. "Acho que isso o assombrou pelo resto de sua vida", disse ela sobre o abuso sofrido pelo amigo.
A biografia de Jason Colavito também faz especulações sobre a sexualidade de James Dean e afirma que a própria Elizabeth Taylor acreditava que o ator poderia ser secretamente gay. "À medida que ele compartilhava mais de sua vida, seus amores e sua dor, Taylor desenvolveu a nítida impressão de que Dean estava tentando dizer a ela que era gay", escreve ele.
Colavito destaca que Taylor era amiga de astros de Hollywood que eram secretamente da comunidade LGBT+, como Roddy McDowall e Rock Hudson, e que isso poderia ter feito ela ter mais empatia por Dean. Taylor também foi uma das primeiras grandes celebridades a falar a favor da causa LGBT+ e contra a homofobia.
James Dean morreu em 1955, aos 24 anos, em um acidente de carro, e é até hoje o único ator a receber duas indicações póstumas ao Oscar.
Jimmy: The Secret Life of James Dean
- Autor: Jason Colavito
- Editora: Applause Books (Importado. 320 págs.; R$180,45 | E-book: R$ 89,99)