O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump manifestou-se publicamente contra o lançamento de "O Aprendiz", cinebiografia estrelada por Sebastian Stan ("Falcão e o Soldado Invernal") que explora sua trajetória no mercado imobiliário e sua ascensão à fama nos anos 1980.
O filme, que entrou em cartaz na sexta-feira (11) nos Estados Unidos, é um dos principais lançamentos de cinema no Brasil nesta quinta (17). Trump reagiu nas redes, criticando duramente a produção e seu lançamento às vésperas das eleição presidenciais de 2024.
Acusações e polêmicas
Em um post na Truth Social, rede social criada pelo próprio Trump, o político condenou o filme como "uma produção falsa e sem classe" e "um ataque difamatório e politicamente repugnante".
Trump também questionou o direito dos produtores de usarem o nome "O Aprendiz", associado ao reality show homônimo. "Espero que fracasse. É um golpe barato, lançado para prejudicar o maior movimento político da história do nosso país", afirmou Trump, reiterando o slogan "Make America Great Again!", cuja sigla MAGA passou a ser associada a extremistas nos Estados Unidos.
Trump declarou que a produção foi concebida para enfraquecer sua campanha e inflamar as tensões em um período eleitoral crucial.
Ele também aproveitou o post para defender sua relação com a ex-esposa Ivana, que é retratada no filme em uma cena polêmica de estupro.
"Minha ex-esposa, Ivana, era uma pessoa amável e maravilhosa, e eu tive um ótimo relacionamento com ela até o dia em que ela morreu", escreveu ele, criticando duramente o roteirista Gabriel Sherman, a quem chamou de "incompetente e desacreditado".
Equipe e narrativa do filme
O roteiro é de Gabriel Sherman, autor do livro "The Loudest Voice in the Room", que foi a base para a minissérie "A Voz Mais Forte - O Escândalo de Roger Ailes" (2019), e a direção é assinada pelo iraniano Ali Abbasi, diretor dos premiados "Border" (2018) e "Holy Spider" (2022).
A trama traça a ascensão de Trump (Stan) ao poder através do que é descrito como um "acordo faustiano" com o influente advogado de direita e operador político Roy Cohn (interpretado por Jeremy Strong, de "Succession"). A prévia destaca as regras de Cohn para Trump se dar bem, incluindo "fazer qualquer coisa para vencer".
A obra tem cenas fortes, incluindo o alegado estupro de Ivana Trump pelo empresário e uma sequência nojenta de lipoaspiração, que geraram reações intensas na première mundial no Festival de Cannes e fizeram os advogados do ex-presidente dos Estados Unidos tentar impedir o lançamento do filme no país. O retrato do bilionário, viciado em pílulas dietéticas, é profundamente desfavorável.