Ben Affleck teve sua participação cortada em "Aquaman: O Reino Perdido", sequência do longa de 2018 estrelado por Jason Momoa. De acordo com uma reportagem do The Hollywood Reporter, a cena do ator assumindo novamente o traje de Batman foi tirada da edição final do filme - que enfrenta uma pós-produção intensa marcada por refilmagens. A ironia é que a participação de Affleck foi inserida durante refilmagens anteriores e não fazia parte da filmagem original.
Segundo fontes próximas à produção, a decisão foi tomada pelos novos chefes da DC, James Gunn e Peter Safran. Diante da mudança no planejamento do estúdio, os produtores não querem dar continuidade aos personagens apresentados no Snyderverse, apelido para a fase da DC apresentada a partir de "Homem de Aço" (2013).
Ambos declararam que não podem "prometer um universo cinematográfico que não se concretizará". Assim, a aparição de Affleck atrelaria o filme aos fracassos recentes como "The Flash" (2023), "Shazam! Fúria dos Deuses" (2022) e "Adão Negro" (2022) - que não estão inclusos no novo universo da DC.
Vale mencionar que a sequência de "Aquaman" fica responsável por encerrar o ciclo da DC liderado por heróis como a Mulher Maravilha, vivida por Gal Gadot, e o Superman, interpretado por Henry Cavill. Embora Gunn e Safran já confirmaram que "Besouro Azul" (2023) faz parte do novo universo, a primeira produção oficial dessa fase será "Superman: Legacy", com estreia prevista para junho de 2025.
Ben Affleck substituiu Michael Keaton
De acordo com a reportagem, a aparição do Cavaleiro das Trevas foi idealizada com a versão do herói vivida por Michael Keaton nos planos iniciais de Walter Hamada e Toby Emmerich - antigos chefes da DC nos cinemas.
A ideia de Hamada era tornar o Batman de Keaton um personagem frequente nos filmes do estúdio, com uma função de mentor semelhante a Nick Fury, vivido por Samuel L. Jackson nos filmes da Marvel. Entretanto, ambos os executivos deixaram o cargo após a fusão entre a Warner e a Discovery.
Em seguida, o comando do estúdio passou temporariamente para Michael De Luca e Pamela Abdy, que substituíram a cena de Keaton com a versão do herói vivida por Ben Affleck. Na época das gravações, o ator até surgiu em imagens nos bastidores abraçado com Jason Momoa.
Produção marcada por refilmagens
A sequência de "Aquaman" recebeu sinal verde da Warner no início de 2019 com um orçamento de US$ 205 milhões. As filmagens principais foram concluídas em janeiro de 2022. Entretanto, o longa enfrentou vários obstáculos na produção e teve sua estreia adiada várias vezes - originalmente chegaria aos cinemas em dezembro de 2022.
Com as mudanças no comando do estúdio, o filme enfrentou por três "regimes" diferentes na Warner, o que resultou em um grande impacto em seu desenvolvimento. Apesar de refilmagens serem um hábito comum em longa-metragens, o filme enfrentou três rodadas diferentes, com a mais recente acontecendo em junho deste ano na Nova Zelândia.
Dessa forma, o custo da produção, que já era elevado pela condição especiais da pandemia e o uso de muitos efeitos especiais, aumentou mais ainda.
A DC também teria feito sessões de testes para cada nova versão do longa. Segundo relatos, todas desagradaram o público selecionado. Por outro lado, a edição mais recente ganhou maior aprovação do diretor James Wan.
Em abril, durante uma entrevista com o The Hollywood Reporter, o cineasta revelou que está confiante sobre o resultado final do filme. "Este filme tem algo a dizer [sobre mudanças climáticas], mas ainda é um filme de ação e fantasia divertido", disse.
No Brasil, "Aquaman: O Reino Perdido" tem estreia marcada para o dia 25 de dezembro.