Depois de ficar três anos afastado da TV para se dedicar à carreira musical, o ator britânico Hugh Laurie retorna às telas na pele do simpático, bem-humorado e afável político Tom James, na quarta temporada da série Veep, da HBO. Esse personagem contrasta com o papel que consagrou sua carreira, do arrogante médico Gregory House na série com o qual convivemos por oito divertidas temporadas, House.
Cínico, sarcástico, antissocial, cético, racional e carente, doutor House surgiu da mente do canadense David Shore e deixou saudade após o fim da série, em 2012. Apesar de desempenhar muito bem seu novo papel em Veep, o ator faz falta mesmo é interpretando o egocêntrico personagem.
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House não é exatamente uma figura heroica e leal, mas sem dúvidas tem muito charme e qualidades. Sua habilidade de solucionar casos "impossíveis", de colocar as pessoas em seus lugares com observações despudoradas e seu senso de observação, além de seu poder em lidar com a rotina diária de dor avassaladora na perna ferida, são alguns exemplos de seu heroísmo involuntário. Sentimos falta, ainda, dos ridículos jogos que ele fazia e sua capacidade de pressionar todos a seu redor até seus limites máximos para fazer com que enfrentem seus medos.
"Tenho saudade da série pelas estórias sempre instigantes e sarcásticas. House era um homem solitário e sofrido, no fim das contas. Como não amar?", afirmou a autônoma Nancy Cruz, 49 anos.
A produtora cultural Rosângela Paiva, 42 anos, relembra da relação de House com seu único e melhor amigo, o oncologista James Wilson (Robert Sean Leonard). “Sinto falta do House competindo com o Wilson a ponto de inventar a mentira mais descabida para não dar o braço a torcer que seu único amigo estava certo. Achava isso bem engraçado”.
Ao longo desses anos, convivemos ainda com os encontros e desencontros de House com a diretora do hospital, Lisa Cuddy (Lisa Edelstein), médica que ele fazia questão de atormentar a cada episódio, sempre a tratando como objeto de desejo sexual, mas que no fim jogou um carro na casa dela quando, enciumado, quando a viu jantando com outro homem. House era egocêntrico com o oncologista James Wilson, mas não abria mão de tomar uma cerveja ou ver um filme com o único amigo. Era inconsequente e exaustivamente exigente com sua equipe de diagnósticos, criando situações inusitadas. E como não amar quando ele fingia tocar guitarra com sua bengala?
Hugh Laurie, que além de ator é excelente músico, eventualmente aparecia tocando piano ou guitarra em algum episódio, de forma primorosa.
Sentiu saudade? Relembre dez frases que só poderiam sair da boca do House:
10) “Esperança é para mariquinhas”
9) "Tratar a doença é a razão para nos tornamos médicos. Tratar pacientes é o que faz a maioria dos médicos miserável”
8) [para um paciente] "Gosto mais de você agora que está morrendo"
7) "Você fala com Deus, você é religioso. Deus fala contigo, então você é psicótico”
6) "Se sua vida não á mais importante do que de outra pessoa, assine seu cartão de caridade e se mate"
5) "Não há uma linha tênue entre o amor e o ódio. Há, na verdade, uma Grande Muralha da China armada com soldados armados a cada 5 metros entre amor e ódio”
4) "Tive um ataque cardíaco esta manhã. Não posso mais usar drogas até, pelo menos, a hora do almoço!"
3) "Ainda é ilegal fazer uma autópsia em uma pessoa viva?"
2) “É uma das grandes tragédias da vida, alguma coisa sempre muda”
1) "É uma verdade básica da condição humana que todo mundo mente. A única variável é o assunto"
