Desde que "Senna" estreou na Netflix, o relacionamento do piloto com Adriane Galisteu voltou aos holofotes, já que parte do público se revoltou com o fato de este capítulo da vida do automobilista ter ficado praticamente de fora do seriado. A então modelo era namorada de Ayrton na ocasião de sua morte, mas teve apenas dois minutos de tela na ficção estrelada por Gabriel Leone.
O que a Netflix não mostrou
Senna e Galisteu namoraram por um ano e meio. Os dois se conheceram em 1993, durante o GP de Interlagos daquele ano, como a série até mesmo retrata. O namoro engatou após alguns encontros e um fim de semana na mansão de Ayrton em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.
Então com 19 anos, Adriane chamava atenção por sua beleza, e as fotos do casal encantavam quem acompanhava as notícias sobre os dois. Eles eram vistos regularmente em viagens pelo Brasil e pela Europa, e chegaram a ser perseguidos por fotógrafos ávidos por flagrarem momentos mais íntimos.
Grande amor?
O jornalista Lemyr Martins, autor do livro "Uma Estrela chamada Senna", disse em um documentário da rede britânica BBC que Galisteu foi o grande amor do automobilista, e que "poderia ter sido mãe de seus filhos". Viviane Senna, no entanto, discorda. A irmã mais velha de Ayrton declarou que Adriane era apenas "mais uma namorada".
A tal desavença entre as duas, aliás, ficou evidente durante o velório de Senna. No dia do acidente, em 1º de maio de 1994, Adriane estava em Algarve, Portugal, para onde ele iria após a prova em Ímola, e pretendia voltar ao Brasil junto ao corpo de Senna, pois queria "estar com os pais dele, na fazenda", conforme recorda o Acervo O Globo.
No entanto, ela não ocupou um lugar tão próximo durante a despedida. Na época, chamou atenção o fato de o carro de Adriane estar entre os últimos do cortejo, ao passo que Xuxa, namorada anterior do piloto, ter estado no segundo automóvel do comboio.
Logo após o sepultamento, Xuxa foi embora no carro da família, ao lado de Viviane, enquanto Galisteu precisou embarcar em um ônibus reservado aos convidados. O clima hostil ficou nítido para os presentes.
Em 1996, em entrevista ao semanário francês Paris Match (via Folha de S. Paulo), Viviane acusou a ex-modelo de "se promover" em cima da morte de Ayrton.
"Se ela precisa de dinheiro, deveria trabalhar, como todo mundo, e parar de explorar a imagem de um morto", afirmou. Na ocasião, ela recusou a imagem de Adriane como "viúva" de Senna e negou que o piloto pensasse em casar com a mesma. "Ayrton queria formar um lar, mas não tinha encontrado a mulher ideal. Ela era apenas sua namoradinha do momento, como muitas outras antes dela."
Na mesma entrevista, Vivianne se recusou a explicar por que, durante o enterro do piloto, a entrada de Adriane no carro da família foi barrada. "Não posso evocar os problemas que essa moça causou à nossa família e que determinaram nossa posição. Pois, se o fizesse, exporia certos aspectos da vida privada de Adriane. E eu não tenho esse direito", justificou.
