Morgan Freeman conta por que prefere interpretar vilões: 'Mocinho atira em linha reta'

Predileção do astro é compartilhada por outros colegas de gênero — e há uma razão para isso

6 nov 2024 - 08h04
(atualizado às 08h29)
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Foto: Morgan Freeman ( Chris Haston/WBTV via Getty Images) / Rolling Stone Brasil

Morgan Freeman personificou diversos personagens marcantes ao longo de seis décadas de carreira na atuação. Já interpretou desde Deus em Todo Poderoso (2005) até um simples e gentil motorista em Conduzindo Miss Daisy (1989) — papel que lhe rendeu uma indicação ao Oscar.

Porém, seu estilo de papel foge um pouco dos exemplos mencionados anteriormente. Freeman já revelou sua preferência em interpretar vilões.

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Em 1996, o artista concedeu uma entrevista ao crítico de cinema Roger Ebert. Durante a conversa, foi perguntado sobre o fato de muitos atores preferirem viver "malvados" do que mocinhos.

Morgan concordou e deu sua opinião sobre o assunto:

Ah, sim, vilões têm uma gama maior de emoções. Um mocinho é como um atirador. Ele atira em linha reta. Já o vilão está constantemente indo e vindo por essa linha, conforme aparece a necessidade.

Para exemplificar, o astro mencionou o papel de vilão que interpretou no filme Reação em Cadeia, promovido à época. Ele declarou:

Com esse personagem que interpreto, em algumas vezes, sou muito sincero e sério. Todo o tempo sou muito sincero e sério, mas há um momento no qual simplesmente escondo os olhos e, então, você não sabe com o que está lidando. Eu gosto disso. A maioria dos atores gosta."
Morgan Freeman durante gravações de 'Reação em Cadeia' (Foto: Murray Close/Sygma/Sygma via Getty Images)
Foto: Rolling Stone Brasil

O filme que Morgan Freeman pediu para ninguém assistir

Em 1998, Morgan Freeman foi uma das estrelas de Tempestade, filme no qual interpretou justamente o vilão. No entanto, por mais que tenha seu apreço por esse tipo de papel, não possui lembranças nada boas desse trabalho.

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No roteiro original do título, seu personagem deveria morrer. Entretanto, durante exibições teste de Tempestade, o público ficou insatisfeito com o falecimento do antagonista.

O incômodo foi tão grande ao ponto de o próprio Freeman exigir a regravação do final. Em entrevista ao jornal The Guardian em 2000, disse:

Interpretei o vilão em um filme, o exibiram para o público e as pessoas puderam nos dizer o que fazer. A audiência falou: 'bem, não quero que ele… não quero que o Morgan morra!'. E eu vivia um ladrão. Foi um verdadeiro dilema. Voltamos ao estúdio, regravamos a cena para eu não morrer e ficava com dinheiro."

Na sequência, Freeman admitiu o fracasso de Tempestade e ele mesmo recomendou ao público não perder tempo assistindo ao título. O ator afirmou de forma simples e direta: "Algum de vocês viu esse filme? Não, apenas não (veja)".

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Colaborou: Augusto Ikeda.

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