O impacto da criação de um dos comerciais mais caros do mundo, feito em 2004, pelo cineasta Baz Luhrmann e estrelado por Nicole Kidman e Rodrigo Santoro, é ainda visto atualmente pela influência na publicidade, na moda e no audiovisual.
33 milhões de dólares para um filme com exatos 3 minutos de duração, contando os créditos: este foi o valor gasto para produzir, em 2004, aquele que é até hoje um dos comerciais de TV mais caros do mundo. O alto custo, no entanto, foi transformado em um valor inestimável: fez com que a peça entrasse para a história ao lado de grandes obras do cinema e transformasse radicalmente o mercado.
Afinal de contas, o cineasta Baz Luhrmann e sua musa Nicole Kidman ainda surfavam no sucesso inesgotável de 'Moulin Rouge - Amor em Vermelho' quando lançaram 'No. 5 The Film by Chanel', três anos depois.
A necessidade de ter a dupla à frente do projeto era muita, e relatos apontam que somente o cachê de Kidman foi de US$ 3 milhões. Dirigido por ele e estrelado por ela, o filme tem fortes inspirações no longa de 2001 e ainda conta com um toque brasileiro: a presença de ninguém menos que Rodrigo Santoro.
O próprio Santoro, inclusive, também já chamava bastante atenção nos Estados Unidos. Na ocasião, havia aparecido em 'As Panteras: Detonando' e 'Simplesmente Amor', o que fazia dele a dupla perfeita para roubar corações e arrancar suspiros ao lado de Kidman.
A história do filme, apesar de toda a pompa, é relativamente simples. Uma celebridade (Kidman) foge dos paparazzi em uma cidade que parece uma versão de Nova York, e encontra refúgio com um homem que aparentemente é o único que desconhece sua fama. Após uns dias nesse esconderijo do amor, ela precisa voltar para sua vida de holofotes e excessos, deixando para trás quem realmente ama.
História do filme é inspirada em 'Moulin Rouge'
O tom trágico e a imagem de inalcançável da personagem de Kidman poderiam ser o suficiente para provocar comparações imediatas com 'Moulin Rouge', não fosse o enorme letreiro da Chanel e uma cena entre ela e Santoro no telhado, que são referências ainda mais óbvias ao romance musical com Ewan McGregor.
Em entrevista concedida ao jornal The Telegraph, o próprio Baz confessou que a peça é espelhada no filme: "Eu trabalhei por tanto tempo em Moulin Rouge que ele já estava na minha corrente sanguínea", justificou.
Considerado a epítome do excesso, o comercial foi um sucesso de marca para a grife, e visto como um exemplo de como a publicidade pode transcender os limites tradicionais e alcançar o status de arte.
A direção de Luhrmann concedeu um visual distinto à obra, que depois inspirou outras peças semelhantes ou de alguma forma atravessadas por ele. A referência é tão permanente que a própria Nicole Kidman reprisou a personagem em seu vestido para o Met Gala do ano passado.
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