O que você precisa ficar ligado no 4º episódio de 'The Boys'

Stormfront é um dos destaques de episódio que fala sobre racismo e importância da internet na formação da opinião pública

14 set 2020 - 09h00
(atualizado às 09h34)

CONTÉM SPOILERS

Após três episódios introdutórios, que funcionaram para apresentar Stormfront (Aya Cash) e nos colocar a par de como estavam o grupo dos The Boys, os Sete e até a própria Vought depois da morte de Madelyn Stillwell (Elisabeth Shue); nesta sexta-feira, dia 11, foi ao ar o quarto episódio da segunda temporada de The Boys, série original da Amazon Prime Video. E, caros leitores, preparem-se, pois é a partir daqui que o seriado começa a mostrar a que veio.

Em Nothing Like in the World, os grandes destaques são o encontro de Becca e Butcher e a evolução do arco narrativo da nova super-heroína Stormfront. Depois de matar o irmão de Kimiko, a personagem começou a deixar mais claro as suas ambições dentro da Vought e, no episódio atual, podemos descobrir mais sobre o seu histórico. Mas, além disso, há outros acontecimentos que você precisa prestar atenção, pois eles terão repercussões importantes no futuro. Confira a seguir nos destaques. Mas atenção, o texto contém spoilers. 

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Arco narrativo de Stormfront é um dos destaques do quarto episódio da segunda temporada de 'The Boys'
Arco narrativo de Stormfront é um dos destaques do quarto episódio da segunda temporada de 'The Boys'
Foto: Amazon Prime Video / Divulgação

Liberdade para Stormfront 

O grande mistério acerca das reais intenções – e até da identidade de Stormfront – começa a ser desvendado. A personagem de Aya Cash é uma grande incógnita. Desde que forçou a sua admissão nos Sete, criando um climão com Homelander – que viu o seu poder ser minado, era difícil falar a que veio a personagem. As suas interações com Starlight, com o próprio Capitão Pátria e até o seu posicionamento público, em desacordo com a Vought, tudo ajudava a fomentar essa dúvida sobre que lado a heroína estava jogando. 

E Nothing Like in the World foi essencial para entendermos melhor a personagem. Uma das reviravoltas é a revelação de sua identidade. Stormfront, na verdade, responde por Liberty, uma heroína secundária racista que após matar um jovem negro no fim dos anos 1970, precisou tomar chá de sumiço para que a imagem da Vought não fosse manchada. Mas há outros elementos que você precisa prestar atenção. 

A relação com Homelander, que até então mostrava um cabo de guerra, caminha para outra dinâmica. A conversa que os dois têm neste episódio é muito importante para perceber que Stormfront quer o Capitão Pátria como aliado. A forma com que elogia o que o líder dos Sete representa e como se coloca à disposição dele, mostram como Stormfront tem um plano maior e que consegue manipulá-lo. Prestem atenção sobre como ela salienta a importância de ter soldados, e não fãs, e, claro, ao comentar sobre a necessidade de se adaptar, confirma a descoberta de Annie, Leitinho e Hughie, de que ela é na verdade Liberty. A adaptação de Stormfront, aliás, é um dos pontos fortes do episódio.

Nos quadrinho de Gath Ennis, Stormfront é um homem, um dos primeiros super-heróis criados na Alemanha nazista, com o uso do complexo V. Na HQ, ele seria o segundo super-herói mais forte, apenas atrás de Homelander. Para as telas, a troca de gênero é complementada com uma releitura que cria uma conexão muito forte com o seu público, tornando o seriado atual. Ao usar a tecnologia em seu favor, com o uso de memes e incitando discurso de ódio, Stormfront é um personagem da nossa realidade. Embarcar nessa crítica às fake news e o uso de memes e redes sociais na formação da opinião pública é um dos grandes acertos da segunda temporada de The Boys

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Outro detalhe que é importante prestar atenção é sobre a idade de Stormfront. Sendo na verdade uma heroína da década de 1970, mas sem ter a aparência de uma senhora, a integrante dos Sete pode ter mais segredos a revelar, que possam entender melhor as implicações do uso do Composto V. 

Becca e Butcher: só o amor não foi o suficiente

Outro grande destaque do episódio é para o encontro de Butcher, líder dos The Boys, com a sua esposa, Becca, escondida em um local altamente vigiado pela Vought, ao lado do seu filho Ryan. Como já falamos no episódio especial sobre The Boys, no podcast Depois dos Créditos, a diferença das tramas entre os quadrinhos para a série era uma das grandes lacunas que precisavam ser preenchidas. Nas HQs, Becca morre no parto, mas para a TV, a descoberta de que estava viva poderia mudar as motivações de Butcher em sua grande vingança contra os Sete

E Nothing Like in the World dá mais camadas de complexidade para essa história. Mesmo conseguindo encontrar a amada e com um plano de fuga, Butcher é abandonado por Becca. E mais do que isso. O encontro mostra como o casal não está em sintonia. A personagem de Shantel VanSanten prioriza o seu filho ao casamento, e até revela detalhes do seu passado, que mostram que a dúvida na relação é algo antiga. Ao descobrir que estava grávida, Becca preferiu pedir ajuda da Vought, em vez da do marido, pois sabia de sua natureza implacável. Então, pelo menos por enquanto, esses personagens devem seguir suas trajetórias separadamente. Mas é importante lembrar que Homelander já deixou claro o seu interesse em ser pai de Ryan, mesmo contrariando o desejo da mãe, inclusive sobre a forma de criação da criança. 

O passado de Leitinho ganha espaço na continuação da série da Amazon Prime Video
Foto: Amazon Prime Video / Divulgação

O passado de Frenchie e Leitinho

Como já comentamos na crítica da segunda temporada, um dos acertos este ano, no seriado, foi explorar mais detalhes do passado de Frenchie e Leitinho, já que a primeira temporada focou bastante nas motivações da formação dos The Boys, a partir de Hughie e Butcher

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No caso de Frenchie, descobrimos que ele se culpa pela morte de crianças assassinadas pelo Facho de Luz. Esse trauma determina certos comportamentos do integrante dos The Boys, principalmente com Kimiko. Já sobre Leitinho, o episódio apresenta um detalhe importante do seu passado. Descobrimos que seu pai, um advogado, foi morto pela Vought. E foi isso que motivou a sua jornada contra a empresa que representa os Sete

Para ficar de olho

Ainda no quarto episódio, fatos importantes terão repercussão no futuro, mas não foram tão explorados até então. E a saída do A-Train dos Sete é um deles. Homelander o expulsa do grupo, sem dar chance alguma. A Vought tem até um plano para que o herói não fique tão insatisfeito, o que envolveria trabalhos de marketing e cinema na 'Vought +',  e aqui fica aquela tirada sarcástica para todos os serviços de streaming. Porém, é preciso se lembrar que sendo omisso, A-Train ajudou Annie a revelar para o público que o composto V criava super-heróis. Com a sua expulsão, a Vought alimenta um possível inimigo. Outro potencial adversário é Maeve, que teve a sua sexualidade exposta por Homelander.

Expulsão de A-Train dos Sete terá consequências futuras
Foto: Amazon Prime Video / Divulgação

Também neste episódio, muito rapidamente, assistimos entrevistas de mulheres para se tornarem esposa de Deep. O plano é reconstruir a imagem do herói abusador para que ele possa voltar a Vought, mas, dessa vez, representando a Igreja do Coletivo. É bom prestar atenção nesse arco também. 

Além disso, um acontecimento importante foi brevemente abordado em Nothing Like in the World, que é a morte Susan Rayner. Até então, os The Boys acreditavam ser Vought a responsável pelo fim da diretora da CIA. Ela teve a sua cabeça explodida (lembrem-se disso!) enquanto tentava revelar detalhes de uma investigação para o grupo de justiceiros. Mas, nesse episódio, com novas revelações que ligavam a oficial a Stormfront, o grupo passa a acreditar que é a nova super-heroína que pode tê-la matado. Mas, só podemos confirmar a autoria desse assassinato nos próximos episódios. The Boys está disponível na Amazon Prime Video, com episódios semanais todas as sextas-feiras. 

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Fonte: Redação Terra
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