Em meio à polêmica pela falta de profissionais negros indicados ao Oscar pelo segundo ano consecutivo, o ator George Clooney se uniu nesta terça-feira às críticas feitas pelo diretor Spike Lee, que decidiu boicotar a cerimônia e, em comunicado enviado à revista Variety, afirmou que a Academia, como entidade, deve melhorar no futuro.
"Há 10 anos, a Academia fazia um trabalho melhor. Havia mais afro-americanos indicados. Mas o problema não é quem são os indicados, mas quantas opções há disponíveis no cinema para as minorias, particularmente em filmes de qualidade", questiona o ator, vencedor de duas estatuetas.
Clooney disse à Variety que Hollywood sempre passou por mudanças. Na década de 1930, exemplificou o ator, a maior parte das protagonistas eram mulheres. Atualmente, porém, é complicado para uma atriz de mais de 40 anos ter o papel principal de um filme.
Além disso, ele destacou que, graças aos discursos de estrelas como Jennifer Lawrence e Patricia Arquette, agora se presta atenção na indústria às desigualdades quanto aos salários recebidos por homens e mulheres.
"Os artistas negros têm um ponto de reivindicação justo quando alegam que a indústria não está os representando de forma adequada. Acredito que isso é absolutamente certo", disse o ator.
Clooney disse que filmes como 'Creed: Nascido para Lutar' e 'Straight Outta Compton: A História do N.W.A.' poderiam ter sido indicados ao prêmio de melhor filme. Já Will Smith e Idris Alba, avaliou, poderiam estar entre os concorrentes às estatuetas de melhor ator por suas atuações em "Um Homem Entre Gigantes" e "Beasts of No Nation", respectivamente.
Ele também lembrou da ausência de Ava Duvernay ('Selma') entre os indicados como melhor diretor no Oscar do ano passado. "Foi ridículo ela não ter sido indicada", frisou.
A presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, Cheryl Boone Isaacs, falou ontem sobre a falta de diversidade nos indicados ao Oscar nas últimas duas edições e prometeu "grandes mudanças" para os próximos prêmios.