"O Regresso", "Spotlight" e "A Grande Aposta" são favoritos

28 fev 2016 - 09h00
(atualizado em 22/6/2018 às 13h04)

Pelo segundo ano consecutivo, são oito os indicados ao maior prêmio do Oscar, o de melhor filme, embora especialistas apontem três deles como favoritos: "O Regresso", "Spotlight - Segredos Revelados" e "A Grande Aposta". Os outros cinco filmes concorrentes são "Perdido em Marte", "Mad Max: Estrada da Fúria", "O Quarto de Jack", "Ponte dos Espiões" e "Brooklyn".

Desde 2009, a categoria de melhor filme permite a entrada de mais de cinco títulos, como era tradição desde 1944, com a esperança de favorecer a inclusão de obras mais populares e assim aumentar a audiência da cerimônia.

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Mesmo assim, ficaram de fora sucessos de bilheteria como "Star Wars: O Despertar da Força", "Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros", "Velozes & Furiosos 7", e "Vingadores: Era de Ultron", os filmes mais vistos nas salas de todo mundo em 2015.

"O REGRESSO" - Por uma marca histórica

"O Regresso" pode transformar o mexicano Alejandro González Iñárritu no terceiro cineasta a ganhar dois Oscar de melhor filme de maneira consecutiva - no ano passado ele faturou com "Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)". Só alcançaram esta marca John Ford, por "Vinhas da Ira" (1940) e "Como Era Verde o Meu Vale" (1941), e Joseph L. Mankiewicz por "Quem é o Infiel?" (1949) e "A Malvada (1950)"

Baseado em fatos reais, "O Regresso" narra a história de Hugh Glass (Leonardo DiCaprio), um reconhecido explorador que, no começo do século XIX, foi atacado por um urso e abandonado por seus companheiros de expedição, mas cujo desejo de vingança o leva a sobreviver e empreender uma odisseia de centenas de quilômetros para se vingar daqueles que o traíram.

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Até agora, o longa conquistou o Globo de Ouro de melhor filme de drama e o Bafta de melhor filme. Se vencer, Iñárritu receberá o prêmio com Arnon Milchan, Steve Golin, Mary Parent e Keith Redmon como produtores da obra.

O Regresso
O Regresso
Foto: Divulgação

"Spotlight - Segredos Revelados" - Uma ode ao velho e necessário jornalismo

"Spotlight - Segredos Revelados" tem a seu favor a vitória no prêmio do Sindicato de Atores dos EUA (SAG) - organização com mais membros na Academia de Hollywood - de melhor filme do ano, e uma história potente e muito bem interpretada por Michael Keaton, Mark Ruffalo, Rachel McAdams, Brian d'Arcy James e Liev Schreiber, entre outros.

O filme de Tom McCarthy narra com detalhes a investigação jornalística do jornal "The Boston Globe" que em 2002 revelou os abusos sexuais sofridos por menores e cometidos por sacerdotes católicos de Boston, uma situação que aconteceu com a conivência da hierarquia da Igreja Católica e da comunidade local.

O filme, que denuncia a falta de atenção do próprio jornal no passado e o silêncio de famílias influentes de Boston, da polícia, dos políticos, das escolas e da própria Administração, foi designado também como o melhor do ano pelos prêmios da crítica americano (BFCA). Ele foi produzido por Michael Sugar, Steve Golin, Nicole Rocklin e Blye Pagon Faust.

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Spotlight - Segredos Revelados
Foto: Divulgação

"A GRANDE APOSTA" - Como pôr o dedo na ferida olhando para o passado

Muitos podem discordar, mas o certo é que "A Grande Aposta" agradou mais do que parece, e a razão é simples: obteve o prêmio do Sindicato dos Produtores dos EUA (PGA). Nos últimos oito anos e em 19 dos últimos 26, o prêmio de melhor filme do PGA coincidiu com a escolha da Academia de Hollywood.

O filme de Adam McKay conta a história real de pessoas que previram o estouro da bolha imobiliária nos Estados Unidos e se aproveitaram inclusive para tirar lucro disso.

O longa é protagonizado por Christian Bale, Steve Carell, Ryan Gosling e Brad Pitt, que pode ser agraciado com a estatueta por ser produtor do filme junto com Dede Gardner e Jeremy Kleiner. Para Pitt, esta é sua sexta indicação e a terceira nesta categoria, após "O Homem que Mudou o Jogo" e "12 Anos de Escravidão", pelo qual foi agraciado.

A Grande Aposta
Foto: Divulgação

"PERDIDO EM MARTE" - Espetáculo e engenho pelas mãos

"Perdido em Marte", baseado no romance de Andy Weir, demonstra mais uma vez que o mercado de Hollywood é único ao criar espetáculos visuais que incitam ao mesmo tempo a reflexão sobre o mundo em que vivemos.

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No filme, Matt Damon encarna o astronauta Mark Watney, um botânico e engenheiro mecânico que viaja para Marte em uma expedição da Nasa (composta por Jessica Chastain e Kate Mara, entre outros) forçada a decolar de lá precipitadamente quando é surpreendida por uma devastadora tempestade de areia.

Watney desaparece no meio do caos e se transforma em um "náufrago" que recorrerá a seus conhecimentos científicos para seguir adiante em um entorno hostil e inerte que se transformará em seu lar durante centenas de dias. Em caso de vitória, o troféu será recebido por Simon Kinberg, Ridley Scott - diretor do filme -, Michael Schaefer e Mark Huffam, produtores da obra.

Perdido em Marte
Foto: Divulgação

"MAD MAX: ESTRADA DA FÚRIA" - A modernização de um mito

Dirigido por George Miller e protagonizado por Charlize Theron e Tom Hardy, "Mad Max: Estrada da Fúria" foi escolhido como melhor filme do ano pela National Board of Review (NBR), uma centenária instituição nova-iorquina que agrupa cineastas, acadêmicos e profissionais da indústria. Foi o prêmio que inaugurou a temporada de prêmios cinematográficos nos EUA.

Poucos podiam esperar um sucesso de crítica e público assim procedente de uma saga que começou em 1979 com um jovem Mel Gibson à frente e que Miller parecia ter dado por finalizada em 1985 após mais dois filmes. Agora, ele quer rodar outros dois para alongar esta franquia de ação frenética.

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"Mad Max: Estrada da Fúria" oferece uma perseguição quase constante em um paisagem pós-apocalíptica repleta de dunas onde a figura solitária de Max, transformado em escravo por um ditador e seu exército de senhores da guerra, encontra na estrada a ajuda de uma guerreira e um harém de mulheres na busca de um futuro promissor.

Mad Max: Estrada da Fúria
Foto: Divulgação

"O QUARTO DE JACK" - Um terrível drama repleto de sensibilidade

"O Quarto de Jack" conta a história de uma mãe (Brie Larsson) e seu filho (Jacob Tremblay) que, após permanecerem sequestrados durante sete anos, conseguiram escapar do quarto onde permaneceram fechados e experimentam o mundo exterior juntos pela primeira vez.

O filme de Lenny Abrahamson, relatado com sensibilidade, conta com um roteiro adaptado por Emma Donoghue, autora do romance homônimo no qual se baseia, e discorre sob o ponto de vista da criança, que pouco a pouco começa a compreender as terríveis circunstâncias nas quais cresceu.

A história se baseia no caso real de Elisabeth Fritzl, uma mulher de 42 anos que permaneceu presa durante mais da metade de sua vida por seu próprio pai, sofreu inumeráveis violações incestuosas e deu à luz sete filhos. Ed Guiney, produtor da obra, será o responsável por receber o prêmio em caso de vitória.

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O Quarto de Jack
Foto: Divulgação

"PONTE DOS ESPIÕES" - O classicismo que não falha

A quarta parceria entre Steven Spielberg e Tom Hanks é um drama baseado em fatos reais no qual o ator interpreta um advogado recrutado pela CIA em plena Guerra Fria. Sua missão é negociar a libertação de um piloto americano detido pela União Soviética.

Com roteiro dos irmãos Ethan e Joel Coen, o cineasta detalha com seu habitual classicismo - ajudado pela fotografia de Janusz Kaminski - neste tipo de histórias a primeira troca de espiões, entre EUA e União Soviética, realizada pelo advogado James Donovan.

Steven Spielberg, produtor do filme, bateu o recorde de indicações obtidas por um indivíduo na categoria de melhor filme, com nove: "E.T. - O Extraterrestre", "A Cor Púrpura", "A Lista de Schindler", "O Resgate do Soldado Ryan", "Munique", "Cartas de Iwo Jima", "Cavalo de Guerra", "Lincoln" e "Ponte dos Espiões".

Se o filme vencer, ele receberá o Oscar junto com Marc Platt e Kristie Macosko Krieger.

Ponte dos Espiões
Foto: Divulgação

"BROOKLYN" - A distinção britânica sempre eficiente

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Dirigido por John Crowley, "Brooklyn" tem como principal esperança no Oscar sua vitória nos prêmios Bafta como melhor longa-metragem e o delicioso trabalho interpretativo dos jovens Saoirse Ronan e Emory Cohen, que protagonizam um desses primeiros amores que tanto marcam com a delicadeza e o lirismo o melhor cinema britânico.

Com um roteiro de Nick Hornby baseado no romance homônimo do irlandês Colm Tóibín, Ronan encarna uma jovem que abandona seu lar na Irlanda da década de 1950 em busca de uma vida mais próspera em terras americanas, justo quando começa a dar seus primeiros passos como adulta e descobre sua identidade.

A sensação de perda e a dor por deixar para trás essa vida que era tudo o que conhecia até esse momento são retratados com grande realismo no filme, da mesma forma que as novas ilusões que encontra no caminho. Finola Dwyer e Amanda Posey serão as encarregadas de receber o Oscar em caso de vitória.

Brooklyn
Foto: Divulgação

  
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