Fernanda Torres está indicada ao Oscar 2025 na categoria de Melhor Atriz pela sua atuação em Ainda Estou Aqui, de Walter Salles. Com isso, ela repete o feito da mãe, Fernanda Montenegro, que concorreu a estatueta por Central do Brasil, em 1999, e acabou derrotada por Gwyneth Paltrow. A premiação acontece no dia 2 março, domingo de carnaval.
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Além de Fernanda Torres, Ainda Estou Aqui concorre na categoria de Melhor Filme --primeira indicação do Brasil na história-- e Melhor Filme Estrangeiro. Demi Moore, Cynthia Erivo, Karla Sofía Gascón e Mikey Madison são as rivais da atriz brasileira em busca da inédita estatueta.
O longa protagonizado por Fernanda Torres e Selton Mello, é uma adaptação do livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva e conta a história da família Paiva, que foi destruída pelo regime militar durante o período da ditadura. A personagem principal da história é Eunice Paiva (Fernanda Torres), esposa de Rubens Paiva (Selton Mello), deputado que foi cassado durante o golpe de 1964, chegou a ficar exilado, foi levado pelos militares e nunca voltou para casa.
Eunice dedica a sua vida a conseguir provar que o marido foi morto pelos oficiais logo após ser preso. Ela também chegou a ser levada para “prestar esclarecimentos”, mas acabou liberada após 12 dias em uma cela isolada sem ver a luz do sol. Eliana, uma dos cinco filhos do casal, ficou detida por 24 horas.
Uma das cenas mais marcantes acontece quando Eunice finalmente consegue a certidão de óbito do marido. Rubens Paiva foi morto em janeiro de 1971, mas o documento só saiu em 1996 após lei do governo Fernando Henrique Cardoso que determinou que as pessoas desaparecidas durante a ditadura fossem consideradas mortas. Eunice foi um importante nome na luta para esse reconhecimento.
Vitória do Globo de Ouro
Antes de ser indicada ao Oscar, Fernanda Torres fez história ao vencer o Globo de Ouro, também pela interpretação de Eunice Paiva, em Ainda Estou Aqui. Foi a primeira vez que uma brasileira conquistou o prêmio.
"Foi um ano incrível para os desempenhos de tantas atrizes aqui que eu admiro tanto. Claro, que quero agradecer ao Walter Salles, meu parceiro, meu amigo. Que história, Walter!", declarou a brasileira durante o seu discurso.
"Quero dedicar esse prêmio à minha mãe. Vocês não têm ideia! Ela estava aqui há vinte e cinco anos. Isso é uma prova de que a arte dura na vida até durante momentos difíceis pelos quais a Eunice Paiva passou. Com tantos problemas hoje no mundo, tanto medo, esse é um filme que nos ajudou a pensar em como sobreviver em tempos como esse", afirmou.