Brie Larsson soou como vencedora em todos os prêmios prévios ao Oscar, o que tornou a protagonista de "O Quarto de Jack" favorita a levar a estatueta de melhor atriz em disputa com Cate Blanchett, Jennifer Lawrence, Saoirse Ronan e Charlotte Rampling.
BRIE LARSSON - A favorita indiscutível
Há atores que, de repente, tem "o ano", seu momento de glória, e o da jovem e até agora não muito conhecida Brie Larsson foi 2015, por "O Quarto de Jack", filme que, a não ser em caso de uma grande surpresa, dará a ela o Oscar de melhor atriz.
Brie arrasou na temporada de prêmios, levando a melhor no Globo de Ouro, nos SAG Awards e no Bafta. Nascida em 1989 na cidade californiana de Sacramento, ela começou sua carreira com papéis mais ou menos pontuais na televisão, como nas séries "Raising Dad" ou "United States of Tara".
Pouco a pouco, Brie cavou seu espaço no cinema e participou dos filmes "Anjos da Lei" (2012), "Temporário 12" (2013) e "Descompensada" (2015), antes de dar um passo gigante com "O Quarto de Jack".
Este filme relata a terrível história de uma jovem que é sequestrada aos 17 anos por um homem que abusa sexualmente dela. Um estupro gerou o nascimento de seu filho, com quem vive em um pequeno quarto, fazendo todo o possível, usando a imaginação e o amor, para protegê-lo daquele ambiente.
Dirigida por Lenny Abrahamson, o filme se sustenta no extraordinário dueto interpretativo de Brie Larsson com o jovem Jacob Tremblay, e surpreende por sua facilidade, honestidade e inclusive ternura na hora de abordar temas delicados como amor, família e infância.
CATE BLANCHETT - A excelência e a elegância
Ela já sabe o que é ganhar a estatueta, como em "Blue Jasmine" (2013), na condição de protagonista, e por "O Aviador" (2004), como coadjuvante. Agora, Cate Blanchett é candidata pela sétima vez ao Oscar graças ao seu excelente papel no elegante e muito sensível "Carol".
Ambientado nos anos 50 em Nova York, Blanchett interpreta Carol Aird, uma mulher sofisticada de classe alta que vive um romance com Therese Belivet (Rooney Mara), uma tímida e inocente funcionária de uma loja de departamentos.
Impecável e com excelentes interpretações, a obra de Todd Haynes, "Carol" descreve os obstáculos que o relacionamento gay enfrenta devido às convenções sociais, se apoiando em grande medida nas soberbas interpretações de Cate Blanchett e Rooney Mara.
"Há 70 países onde a homossexualidade ainda é ilegal", afirmou Blanchett na apresentação do filme no Festival de Cannes, que além disso apresentou a sexualidade como "um assunto privado", que não precisa de aprovação pública.
Nascida em 1969 em Melbourne, na Austrália, Blanchett desenvolveu uma larga e muito bem-sucedida carreira com papéis em filmes como "Elizabeth" (1998), "O Rei dos Anéis: a Sociedade do Anel" (2001), "Notas sobre um Escândalo" (2006), "Não estou Lá" (2007) e "O Curioso Caso de Benjamin Button" (2008).
JENNIFER LAWRENCE - Uma presença constante no Oscar
Com sua indicação por "Joy: o Nome do Sucesso", Jennifer Lawrence tornou-se, aos 25 anos, a artista mais jovem a somar quatro indicações ao Oscar, sendo reconhecida por seus papéis em "Inverno da Alma" (2010), "O Lado Bom da Vida" (2012) - pelo qual levou a estatueta de melhor atriz -, e "Trapaça" (2013).
Nesta nova parceria com o diretor David O. Russell, com quem trabalhou em "O Lado Bom da Vida", ela se põe na pele de uma personagem real, Joy Mangano, uma mãe divorciada com três filhos que, em um mundo de negócios dominado pelos homens, revolucionou o mercado com suas invenções para o lar e fundou seu próprio império empresarial.
"Joy: o Nome do Sucesso" praticamente repete a equipe que triunfou em "O Lado Bom da Vida", já que, além de Jennifer e Russell, também conta com outros dois atores que participaram da comédia romântica: Bradley Cooper e Robert de Niro.
Além de seu sucesso no cinema, Lawrence virou símbolo da luta das atrizes por um pagamento justo e equivalente ao dos colegas de elenco homens. "Se quiser que te paguem mais, peça; e se tiver que ser mais agressiva, seja mais agressiva e não peça desculpas", afirmou a atriz em entrevista à Agência Efe em dezembro durante a promoção do filme.
CHARLOTTE RAMPLING - O reconhecimento tardio
A veterana atriz britânica Charlotte Rampling teve que esperar muito para receber sua primeira indicação ao Oscar, por seu papel no filme "45 anos". A extensa filmografia desta artista nascida em 1946 em Sturmer, na Inglaterra, inclui papéis em filmes como "O Porteiro da Noite" (1974), "Max meu amor" (1986), "Coração Satânico" (1987) e "Swimming Pool - À Beira da Piscina" (2003).
Dirigida por Andrew Haigh, "45 anos" explora os mistérios e segredos dos 45 anos de casamento do casal interpretado por Rampling e Tom Courtenay. Os dois acreditam conhecer todos os detalhes de sua relação, mas uma surpresa sobre um incidente ocorrido no passado jogará uma sombra sobre a convivência conjugal.
"45 anos" trouxe muitas alegrias a Rampling. Antes da indicação ao Oscar, ela ganhou o Urso de Prata de melhor atriz no Festival de Berlim e o prêmio de melhor atriz da Academia do Cinema Europeu, cerimônia em que também foi homenageada com um prêmio honorário por toda sua carreira.
SAOIRSE RONAN - Uma jovem com um papel da velha escola
Drama de tom clássico, "Brooklyn" deu à jovem atriz Saoirse Ronan sua segunda indicação ao Oscar, desta vez para o prêmio de melhor atriz - a primeira foi por "Desejo e Reparação" (2007), no caso, para melhor atriz coadjuvante.
Nascida em Nova York em 1994 e de ascendência irlandesa, Ronan deixou sua marca em filmes como "Um Olhar do Paraíso" (2009) e "O Grande Hotel Budapeste" (2014).
Em "Brooklyn", filme dirigido por John Crowley adaptado do romance de Colm Tóibin, a atriz interpreta Eilis, uma jovem irlandesa que migra aos Estados Unidos e se instala em Nova York em meados de século XX.
O filme narra o conflito interno de Eilis, dividida entre sua nova vida e o amor que encontrou nos Estados Unidos, e a lembrança de sua família e a saudade de sua família na Irlanda.