Por que 'filmes de Dia dos Pais' mexem tanto com a gente?

Indo um pouco mais a fundo em como a paternidade nos filmes nos impacta.

9 ago 2023 - 17h15
(atualizado às 17h56)
O Paizão (1999).
O Paizão (1999).
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É véspera de Dia dos Pais – você liga a TV, e em todo lugar encontra um filme clássico sobre paternidade passando em reprise. Por mais que você goste desses filmes, sente algo diferente. Um misto de alegria e tristeza, como se estivesse acompanhando algo que nunca teve, mas que é bonito. E é exatamente nesse meio termo que a gente entende por que esses filmes fazem tanto sucesso.

'O Paizão', 'À Procura da Felicidade', 'Um Herói de Brinquedo', 'Doze é Demais'; exemplos não faltam. Em uma sociedade onde a figura paterna desempenha um papel tão crucial, não é surpreendente que o cinema reflita e amplifique essa dinâmica.

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Em grande parte, os filmes populares de Dia dos Pais tocam o coração do público devido ao seu poder de ressonância e identificação. Pra muitos, eles espelham experiências pessoais: seja um pai ausente tentando se reconectar com o filho, ou quem sabe o inverso. No entanto, esses filmes também têm um certo poder de idealização. Eles frequentemente apresentam cenários onde, independentemente dos obstáculos, o amor e a dedicação paternos triunfam... e sabemos que não é bem assim na vida real.

O fenômeno dos filmes de dia dos pais
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Uma das razões que torna esses filmes tão impactantes é a maneira como eles exploram a vulnerabilidade masculina. Em uma sociedade que muitas vezes espera que os homens sejam pilares inabaláveis de força, esses filmes desafiam essas noções. Eles mostram pais chorando, lutando e, acima de tudo, crescendo junto dos seus filhos.

Além disso, a narrativa de redenção ou transformação é algo que muitos anseiam em suas próprias vidas. Quem não gostaria de uma segunda chance ou a oportunidade de corrigir erros do passado? Então, esses filmes sempre passam a mensagem esperançosa de que apesar dos nossos erros e nossas falhas, sempre há espaço pra mudança e crescimento.

Em 'O Paizão', Adam Sandler interpreta um homem imaturo que acaba adotando uma criança e entra numa profunda jornada de autodescoberta e amadurecimento. Aqui, a fórmula mágica está em mostrar a transformação de um cara que passa de uma postura egoísta a um pai no sentido mais puro da palavra, destacando o poder da paternidade em criar conexões inesperadas e transformadoras.

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Em 'Um Herói de Brinquedo', Arnold Schwarzenegger é um pai que, na busca do presente perfeito para seu filho, acaba enfrentando uma série de absurdos um atrás do outro. Por trás da comédia, o filme aborda a pressão social que os pais enfrentam para serem "perfeitos" e as consequências de priorizar o trabalho em detrimento da família.

Em 'À Procura da Felicidade', acompanhamos Will Smith na luta de um pai para prover e cuidar de seu filho enquanto enfrenta sérias dificuldades econômicas e pessoais. Resiliência, determinação, coragem, e muitos outros aspectos fazem dele um personagem quase perfeito, daqueles que é difícil não se emocionar.

O fascínio que esses filmes exercem sobre o público não é apenas uma coincidência ou um acaso mercadológico. Eles tocam em pontos sensíveis, exploram anseios profundos e trazem à tona verdades universais sobre o que significa ser pai, e o que significa ser filho. É sempre um aprendizado mútuo. Em um mundo em constante mudança, com relações cada vez mais superficiais e frágeis, essas histórias lembram da importância das conexões humanas genuínas, e isso significa muito.

Fonte: Ygor Palopoli
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