Três anos após o trágico acidente que culminou na morte da diretora de fotografia Halyna Hutchins durante as filmagens do faroeste "Rust", estrelado por Alec Baldwin, o filme ganhará sua primeira exibição pública. O longa fará sua estreia em novembro deste ano no Camerimage Film Festival, na Polônia, em uma cerimônia descrita como um "lançamento em tributo" à memória da cinematógrafa. No entanto, a comunidade de diretores de fotografia reprova a decisão.
Hutchins, que era ucraniana, era uma frequentadora assídua do festival polonês, dedicado justamente a destacar o trabalho de direção de fotografia das obras audiovisuais. Segundo o portal Deadline, a ideia de lançar o longa no evento está causando uma controvérsia entre colegas e amigos de Halyna, que questionam se a decisão é realmente apropriada. Conforme informações divulgadas pela equipe do filme, a cena do tiro fatal não está no corte final.
A diretora de fotografia Rachel Morrison, indicada ao Oscar por "Pantera Negra", foi uma das pessoas que questionaram a validade do lançamento: "Sou totalmente a favor de eternizar Halyna e seu belo trabalho, mas não exibindo e, assim, promovendo o filme que a matou", escreveu em um comentário no Instagram.
Outros profissionais da área, como Suzie Lavelle ("Normal People"), concordam com Morrison: "Promover um filme que foi rodado sem as práticas seguras, levando à morte de sua diretora de fotografia. Reconsiderem, por favor."
Ainda de acordo com o veículo, o tom é de reprovação em um grupo no WhatsApp com representantes do festival, muitos dos quais trabalharam com Halyna e a conheceram pessoalmente. O lançamento é descrito como "desagradável" e "sem noção".
No entanto, outros profissionais envolvidos afirmam que a família de Halyna é a favor da exibição do filme, e que o grande sonho da diretora de fotografia era ter um de seus trabalhos lançados no festival em questão.
Até o momento, não se sabe se Alec Baldwin estará presente na exibição. O ator, responsável pelo tiro que vitimou a diretora, teve o julgamento por homicídio culposo anulado em julho deste ano, após a juíza entender que havia falta de provas para esclarecer a responsabilidade do ator na tragédia.
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