'Se a Deborah Kerr que o Gregory Peck': a dupla que inspirou a música mais cinematográfica de Rita Lee

Morte de Rita Lee completa um ano; relembre a história de um dos seus maiores hits.

8 mai 2024 - 05h00
Resumo
Há um ano, morria Rita Lee, rainha eterna do rock brasileiro. Ela se referiu a dois grandes do cinema mundial, Deborah Kerr e Gregory Peck, na letra de sua música 'Flagra'
Rita Lee
Rita Lee
Foto: Reprodução/Instagram @ritalee_oficial

Há um ano, morria Rita Lee. Eterna rainha do rock brasileiro, a cantora e compositora deixou um legado imenso em suas obras inesquecíveis, e uma delas em específico guarda uma relação preciosa com uma das paixões de Rita: o cinema. 

No hit 'Flagra', lançado em 1982 no álbum 'Rita Lee e Roberto de Carvalho', Rita e Roberto constrem a música mais cinematográfica da carreira, com diversas referências à Sétima Arte e trocadilhos sagazes o bastante para captarem a atenção de qualquer fã de cinema e música. Nela  um trecho específico é considerado por muitos um dos jogos de palavras mais interessantes da música brasileira.

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Quando Rita canta "Se a Deborah Kerr que o Gregory Peck / não vou bancar o santinho", ela faz referência a duas grandes estrelas do cinema mundial.

Mas quem foram eles?

Deborah Kerr, nascida em 1921 na Escócia, é a protagonista de uma das cenas mais famosas do cinema, em 'A Um Passo da Eternidade', com Burt Lancaster. Tendo iniciado a carreira como bailarina, apareceu no cinema pela primeira vez em 1941 e foi seis vezes indicada ao Oscar, tendo ganhado apenas um Oscar honorário, em 1994. 

Ao longo da carreira, Kerr teve grandes papéis, mas certamente o mais memorável foi em 'A Um Passo da Eternidade'. No filme de 1953, ela interpreta uma mulher adúltera que engata um romance com um sargento do exército (Burt Lancaster), sem o conhecimento do marido, o severo capitão Holmes (Philip Ober). Na cena que na época ficou tão famosa quanto foi considera chocante, os dois se beijam nas areias de uma praia, enquanto são cobertos pelas ondas do mar. 

Mesmo rodeada de críticas, foi o papel no longa de Fred Zinnemann que deu a ela a sua segunda indicação ao Oscar, na categoria de melhor atriz coadjuvante. As outras cinco foram pelas obras 'Meu Filho' (1949), 'O Rei e Eu' (1956), 'O Céu é Testemunha' (1957), 'Vidas Separadas' (1958) e 'Peregrinos da Esperança' (1960).

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Kerr foi casada duas vezes; do primeiro casamento, com o piloto da Força Aérea Britânica Anthony Bartley, saíram duas filhas, Melanie Jane e Francesca Ann; após o divórcio, que ela atribui aos ciúmes que ele sentia, a atriz casou-se com o autor Peter Viertel. Ela morreu em 2007, no Reino Unido, por complicações do Mal de Parkinson. Três semanas após sua morte, Peter também faleceu, vítima de câncer.

Gregory Peck, cujo estrelato é provavelmente mais conhecido do grande público, nasceu em 1916, em Los Angeles, nos Estados Unidos. Seu personagem mais famoso é o destemido advogado Atticus Finch de 'O Sol é Para Todos' (1962), que deu a ele o Oscar de melhor ator. 

Tendo iniciado a carreira no teatro, Gregory Peck apareceu pela primeira vez no cinema em 'Dias de Glória' (1944), e ganhou sua primeira indicação ao Oscar pelo filme seguinte, 'As Chaves do Reino' (1944). Estrela de dezenas de clássicos, Peck ficou imensamente conhecido tanto por faroestes quanto por grandes adaptações literárias, tais como o western 'Duelo ao Sol', de 1946, e 'As Neves de Killimanjaro' (1952), adaptado do romance de Ernest Hemingway. 

Acumulando dezenas de sucessos de bilheria, Gregory Peck foi um dos últimos representantes do "bom-mocismo" em Hollywood, que até então prezava por atores transmitiam a imagem de politicamente corretos, elegantes e discretos. 

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Peck foi casado duas vezes; o primeiro casamento, com Finn Greta Kukkonen, durou 13 anos e deu a ele três filho; o segundo casamento, com a repórter francesa Véronique Passani, deu a ele mais dois filho, um menino e uma menina; o casal permaneceu junto até a morte do ator. Em junho de 2003, Peck morreu enquanto dormia, vítima de broncopneumonia.

Deborah Kerr e Gregory Peck atuaram juntos

Deborah Kerr e Gregory Peck em 'Ídolo de Cristal'
Foto: Reprodução/IMDb

A dupla homenageada por Rita atua junto em um único filme, que se centra nos últimos anos de vida de F. Scott Fitzgerald. Inspirado nas memórias de Sheilah Graham e Gerold Frank dos últimos anos do escritor, o filme traz Kerr interpretando a jornalista britânica Sheilah Graham e Peck no papel do autor. 

O filme traz Scott quando a sua carreira já estava em declínio e a vida pessoal era marcada pelo álcool e pela autocomplacência. Assistimos ao romance entre ele e Sheilah Graham durante os seus primeiros anos em Hollywood, quando Fitzgerald era uma alma atormentada, repleta melancolia e raiva.

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Fonte: Redação Entre Telas
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