Sensação do Netflix, a série Orange is the New Black era uma das favoritas para o prêmio de melhor série de comédia no Emmy Awards 2014. Mas, apesar das sete indicações, o seriado ganhou somente um prêmio pela atuação de Uzo Aduba, que interpreta Suzanne "Crazy eyes", no evento realizado na noite dessa segunda-feira (25), em Los Angeles.
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Antes do maior prêmio da TV americana, o site Rotten tomatoes havia consultado 16 críticos, e nove deles apostaram - equivocadamente - suas fichas na série que mostra o cotidiano de uma prisão feminina federal nos Estados Unidos.
Orange is the New Black foi indicada como a melhor série de comédia, pela melhor atriz em série de comédia (Taylor Schilling), melhor roteiro para Jenji Kohan e Liz Friedman, melhor direção para Jodie Foster (que dirigiu o episódio Pedido Lésbico Negado), melhor atriz coadjuvante em série de comédia (para Kate Mulgrew) e melhor atriz convidada em série de comédia (para as atrizes Natasha Lyonne, Uzo Aduba e Laverne Cox, que é a primeira atriz transgênero indicada ao Emmy).
Orange is the New Black conta a história real de Piper Kerman, que foi sentenciada a um ano e três meses de prisão depois de ser condenada por transporte de drogas. "Para falar a verdade, a Piper sempre foi muito paciente. Ela sabia que nós iríamos mexer com a vida dela. E mexemos bastante", contou a produtora e roteirista Liz Friedman ao Terra, antes do Emmy. "Mas quando se trata de adaptar uma história real, o roteiro acaba virando outra coisa. Não é mais a vida de Piper, mas uma representação criativa do que ela viveu."
Desse modo, o grupo de roteiristas conseguiu traçar uma narrativa mais ampla do que aquela descrita no livro. Assim, se o foco do episódio piloto girava em torno de Piper, os episódios seguintes se dedicam também a explorar os universos dos demais personagens da trama. Tudo sem perder de vista a jornada da protagonista, que deve encontrar uma forma de viver em meio ao ambiente hostil da prisão. O resultado é uma galeria de personagens e histórias marcantes que têm conquistado a audiência no mundo todo.
"A vantagem da narrativa seriada é que podemos explorar horas e horas de desenvolvimento de personagens. Cada um deles possui personalidade própria e algum tipo de evolução que pode ser observada no decorrer das temporadas", explica Liz, que foi indicada ao Emmy na categoria roteiro de comédia por ter escrito o episódio piloto junto da criadora da série, Jenji Kohan.
Liz é uma produtora e roteirista experiente no mundo das séries. Ela começou no showbusiness como assistente do diretor Sam Raimi (da trilogia original do Homem Aranha). Depois, Liz passou a produzir séries de TV como House e Xena: A Princesa Guerreira.
Por conta dos anos dedicados a séries tradicionais de televisão, Liz conta que foi um grande desafio escrever e produzir uma que fosse veiculada na internet. "Os princípios de narrativa são os mesmos na TV e na internet. A grande diferença está principalmente no modo como o Netflix encara as séries originais que estão produzindo".
De acordo com a produtora, o Netflix adota algumas medidas diferentes das emissoras americanas durante o desenvolvimento. Foi o que aconteceu tanto em Orange is the New Black, quanto em House of Cards, série também indicada a várias categorias no Emmy 2014.
"Nas emissoras comuns, geralmente o episódio piloto é encomendado como ferramenta de venda. Só depois de produzido, visto e aprovado é que a temporada inteira é encomendada. No Netflix, já houve a encomenda da temporada pouco tempo depois que eu me envolvi com o projeto. Dessa forma, nós pudemos elaborar toda a primeira temporada com bastante cuidado, pensando bem nos personagens, na estrutura e na trama como um todo", afirma Liz.
Baseado no livro de mesmo nome, da editora Intrinseca, o seriado foi renovado para a terceira temporada, que será lançada no ano que vem.
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