O Problema dos 3 Corpos tem todos os elementos que farão o público grudar na tela. Em um misto de suspense, ficção científica e reviravoltas, a série promete registrar mais um sucesso para a Netflix, que costuma acertar em suas adaptações.
Além de uma história poderosa, a série é assinada por David Benioff e D.B. Weiss, criadores de Game of Thrones, e Alexander Woo, de True Blood, e se passa na China dos anos 60, quando um grupo de cientistas brilhantes se une a um detetive nada convencional para enfrentar a maior ameaça da história.
Em entrevista exclusiva ao Terra, Deborah Riley, Diretora de Arte da série, contou um pouco dos bastidores e como surgiu o projeto.
"Tive a sorte de conhecer David Benioff e Dan Weiss em março de 2013, na temporada 4 de “Game of Thrones”. Depois, trabalhei com eles em todas as outras temporadas até a série terminar, em julho de 2018. Então, quando eles me chamaram para participar de “O Problema dos 3 Corpos”, foi a coisa mais natural do mundo. Era como se eu pudesse continuar de onde tinha parado. Por sorte, desta vez não havia campos cheios de lama nem fortificações medievais", contou.
Inspirada em uma trilogia de livros, Riley também revelou que só foi ter contato com as publicações após o projeto chegar até ela.
"Me dá até vergonha dizer, mas só descobri que a trilogia existia quando fui convidada para trabalhar na série. Então, eu e alguns amigos começamos a ler. Eles se divertiram muito e adoraram. Para mim, era uma história tão épica e complexa que, quanto mais eu lia, mais ansiosa ia ficando. Mas sempre que eu aceito trabalhar em um projeto, minha referência para o departamento de arte são o Dan, o David e o Alex. Meu objetivo é ajudar a dar vida à história que eles querem contar".
Após a leitura, Deborah relatou como foi o processo.
"O mais importante no início de qualquer projeto é formar uma equipe capaz de criar uma ótima série. Ainda mais neste caso, com tantos sets, um prazo apertado e querendo deixar a série com visual
de cinema. É essencial trabalhar com pessoas que tenham as mesmas intenções. Depois, começa a
pesquisa. E como esta série é tão ampla, com locações tão complexas, parecia que eu estava me
preparando para todas as modalidades das Olimpíadas de uma vez.
Envolvida com a história, a diretora também falou sobre o diferencial do enredo.
"O que mais atraiu minha atenção foi a ideia de que uma decisão pode ter consequências sobre várias gerações. Ou seja, pessoas que não tiveram nada a ver com essa decisão precisam lidar com os resultados. E não precisamos ir muito longe para perceber como isso vale para muitas situações que enfrentamos hoje", disse. "Com certeza, o público vai encontrar uma história épica em “O Problema dos 3 Corpos”. É complexa e não é fácil de entender, mas vale a pena".
Usando Inteligência Aritificial em algumas etapas, Riley contou como foi trabalhar com essa tecnologia.
"O ambiente do mundo de realidade virtual foi o mais difícil de imaginar e, portanto, na hora de criar o conceito e começar o processo com a equipe, mudei de ideia várias vezes antes de chegar a uma definição. Mas o primeiro elemento foi o headset de realidade virtual em si. Analisamos várias
pesquisas sobre os designs desses headsets. Até tentamos criar alguns modelos para ver o que os showrunners achavam e como abordaríamos a tecnologia original e o avanço dela. Mas logo ficou muito claro que o mais importante para eles era que o acabamento fosse completamente sem emendas, contínuo, sem articulações, que quando olhássemos para esse headset, não desse para
saber como ele funcionava. O resultado final acabou sendo um pesadelo para a equipe de efeitos visuais, mas ficou incrivelmente lindo. É um headset espelhado, que parece ser todo feito do mesmo material metálico. Ele vem em uma bela caixa branca, com o nome do jogador gravado na parte de cima. É um objeto belíssimo, que define o tom desses mundos de realidade virtual".
A série estreia dia 21 de março, contará com 8 episódios, com 1 hora de duração cada.