'One Piece': como a live-action da Netflix pode melhorar o anime

A adaptação chega ao streaming em 31 de agosto.

28 ago 2023 - 23h10
(atualizado em 29/8/2023 às 10h31)
Foto: Reprodução/Netflix, Toei Animation / Canaltech

'One Piece' é um dos animes mais populares de todos os tempos, mas mesmo tendo momentos inesquecíveis, existe espaço para melhorias. E essas melhorias podem surgir de um dos lugares mais improváveis: a adaptação live-action da Netflix que chega ao streaming em 31 de agosto.

Pode parecer loucura acreditar que a adaptação com atores superará o anime de 'One Piece', mas existe um ponto em que ela pode superar o anime, melhorando a experiência daqueles que querem acompanhar as aventuras de Luffy e o seu Bando de Chapéus de Palha.

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Forças para encarar mais de mil episódios

Falar que 'One Piece' é uma obra longa chega a ser engraçado, pois o mangá é absurdamente extenso. O anime não fica muito atrás, com ambos passando de mil capítulos, ainda sem previsão de quantos mais virão.

O autor Eiichiro Oda já avisou que a história entrou em sua reta final, mas esse período ainda pode durar alguns anos. Isso não é um problema para os fãs, já que o conteúdo vem agradando bastante, mas é um pouco problemático para quem está chegando agora e precisa encarar anos de história.

One Piece já passa dos mil episódios de pura loucura e pancadaria épica (Imagem: Reprodução/Toei Animation)
Foto: Canaltech

Existe um agravante, principalmente no anime, que é a existência de episódios fillers. Para não passar da produção do mangá, muitos episódios da animação chegam a ser engraçados por esticar poucos quadros de um capítulo em 20 minutos de animação. Isso quando os episódios não são cheios de flashbacks para "encher linguiça".

Uma vantagem da live-action: dinamismo

Então, a adaptação da Netflix entra em cena com uma vantagem que pode atrair mais fãs para 'One Piece'. Pela própria estrutura das séries de streaming, a temporada da live-action terá oito episódios. Dentro desse espaço, todo a saga East Blue deve ser adaptada para a Netflix.

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Considerando que, no anime, essa mesma saga tem 61 episódios de aproximadamente 25 minutos, a série da Netflix conseguiu condensar bem a história. Esse pode ser o seu maior trunfo, já que dependendo da fidelidade à história original, pode ajudar a introduzir 'One Piece' a um público que desistia ao ver o número absurdo de episódios da animação.

A primeira temporada de One Piece deve cobrir a saga East Blue inteira (Imagem: Reprodução/Netflix)
Foto: Canaltech

Considerando que 'One Piece' pode ser quebrado nessas sagas, a East Blue é um belo jeito de apresentar boa parte das ideias da história para o público. Ao introduzir personagens, a mitologia do mundo, ainda que de maneira superficial, e elementos que poderão fazer diferença em sagas futuras, a série pode despertar o desejo de explorar mais a animação e o mangá.

Obviamente, isso depende muito da qualidade da adaptação da Netflix, algo que, se levarmos em consideração o histórico do streaming, pode ser um pouco complicado. Porém, é uma oportunidade de criar uma adaptação que consegue, de uma forma distinta, enriquecer a experiência daqueles que desejam acompanhar as histórias criadas por Eiichiro Oda.

Ajustando personagens

Outro fator que pesa a favor da adaptação da Netflix de 'One Piece' é a oportunidade de ajustar alguns elementos que, nos mangás e no anime, se tornaram datadas ou mesmo problemáticas. Um exemplo bem claro disso é o personagem Sanji, que será interpretado pelo ator Taz Skylar.

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O comportamento de Sanji no mangá e no anime é um tanto quanto exagerada e problemática (Imagem: Reprodução/Shueisha)
Foto: Canaltech

No original, o cozinheiro do Bando do Chapéu de Palha é um mulherengo bastante caricato, daqueles que mal pode ver uma mulher bonita que sai com o nariz sangrando e tudo. É um personagem um tanto recorrente no humor japonês, mas que foi desenvolvido de forma bastante complicada nesses mais de 25 anos de histórias. Isso porque, em muitos momentos, a abordagem do personagem beira o assédio e gera momentos um tanto quanto desconfortáveis, seja na interação com suas companheiras de navio, como Nami e Nico Robin, ou mesmo com outras mulheres que conhece em suas viagens.

Assim, a Netflix tem a oportunidade de ouro de amenizar um pouco o tom e fazer de Sanji um herói um pouco menos controverso. É possível mantê-lo galanteador e até inconveniente, mas sem precisar fazer com que ele cometa alguns crimes de importunação pelo caminho.

A live-action de 'One Piece' estreia na Netflix no dia 31 de agosto. A animação já está disponível para assistir na Netflix, HBO Max e Crunchyroll.

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