Batman de Matt Reeves é uma grande imersão às origens do personagem. Mais pé no chão, denso em suas camadas e com uma narrativa mais palpável, o diretor entrega uma receita que funciona: Referências poderosas, investigação e desenvolvimento de personagens muitíssimo bem executado.
Com um toque de Christopher Nolan e uma pitada de Tim Burton, Reeves optou por fazer o básico bem feito e isso é ótimo. Nosso vigilante mascarado enfrenta grandes personagens, como Pinguin e Carmine Falcone e se desdobra em uma investigação intensa nos desdobramentos de sua caçada atrás do Charada, que é o grande vilão do filme. Em um ritmo intenso, mas não alucinante, as 2h56 minutos de duração são sentidas, mas em uma entrega que funciona, sem cansar.
Robert Pattinson inaugura uma versão de Bruce Wayne na busca de quem ele é e de quem ele quer ser em suas duas versões, com e sem a máscara. É bonito ver o movimento introspectivo que que Pattinson entrega para o seu Batman, fica claro que é uma busca que o próprio ator trás de sua experiência, o que nos convence ainda mais de que ele foi uma excelente escolha para o papel.
Zoë Kravitz brilha do início ao fim. Antagonista da trama, a troca com Pattinson funciona muito bem, em uma personagem que traz um arco dramático poderoso. Doce e forte na medida certa, Selina reflete algo que Bruce Wayne busca: É possível lutar pelos seus ideias, por justiça, e ainda assim se mostrar vulnerável, não querendo virar as costas para o mundo.
Paul Dano é um dos pontos fortes da trama. Sua interpretação do Charada é pontual, viva, louca sem ser caricata e coerente diante do todo. Ele é um show ímpar, já que bons filmes trazem vilões tão
poderosos quanto seus heróis.
The Batman é uma releitura honesta, fresh, sexy e impactante da origem de Bruce Wayne e de sua busca sobre quem ele é com e sem o traje do morcego. O foco não é mergulhar profundo, mas desenvolver seus personagens na medida certa, sem exageros, com um misto de ação e de inteligência.
Elegante e poderoso, esse é o Batman de Matt Reeves.