Quantos sentimentos e sensações cabem em oito minutos? Umbrella tem todos eles. O curta-metragem de animação brasileiro que disputa a vaga no Oscar 2021 é uma pílula de ânimo e esperança de que todos precisam neste momento.
Inspirado em fatos reais, a produção acompanha a história do pequeno Joseph, um menino que mora em um orfanato e que por razões muito especiais deseja ter um guarda-chuva amarelo. Um dia, uma jovem garota e sua mãe visitam essa instituição levando brinquedos – e a tal peça tão desejada pelo protagonista. Desse encontro, descobrimos não só o motivo do apreço pelo guarda-chuva, mas várias lições que carregam essencialmente a mensagem principal desse curta: a de se ter empatia, ser resiliente e também de não julgar.
Sem fazer o uso de diálogos, o curta dirigido por Helena Hilário e Mario Pece consegue tocar com sua trilha sonora emocionante, seu trabalho impecável de animação e um enredo que captura o melhor do ser humano. Não é uma tarefa fácil. Em seus 480 segundos de duração, Umbrella foi capaz não só de criar contexto para as personagens, a ambientação da história, mas também de engajar e prender o espectador. São tantas as sensações e as formas de criar conexões com essa narrativa, que a cada play, nosso coração desvenda um novo sentido para o filme.
Para isso, todo detalhe foi pensado com carinho. Desde a loja de guarda-chuvas, que foi acrescentada ao curta após uma descoberta da roteirista e diretora Helena Hilário, durante um passeio em Londres, até o desfecho com uma mensagem mais positiva, que vemos na versão final.
“O fim do filme foi uma das poucas coisas que foram alteradas no decorrer do projeto”, garante a cineasta em entrevista exclusiva ao Terra. “No roteiro original, o filme terminava com a garota entregando o guarda-chuva para o Joseph, já velhinho. E a imagem abria para um quarto, cheio também de guarda-chuvas, e ele sozinho, segurando a peça, olhando pela janela de um dia chuvoso. A senhora então o chamava, ele apagava a luz e saia do quarto. E era bem triste”, conta. Sorte nossa.
Oscar e próximos planos
Se for indicado para representar o Brasil no Oscar em 2021, Umbrella, trabalho que marca a estreia de Helena Hilário como cineasta, será também a primeira produção nacional do gênero na premiação. “É uma honra imensa”, avalia Helena. “É uma responsabilidade pensar que o Umbrella pode abrir portas para toda a nossa indústria, a gente espera poder inspirar outros cineastas”. Para a cerimônia deste ano, que será realizada em 25 de abril, a data de divulgação da lista de indicados é para o dia 15 de março.
Mas enquanto a corrida para o Oscar continua, Helena revela já estar trabalhando em outro projeto. “Estamos finalizando o roteiro de nosso próximo curta de animação, que também é inspirado em uma história real, vivenciada pela minha família, de novo. Estou abrindo o baú das memórias da minha família. E também vai ser um curta com uma mensagem muito bonita. Começamos a produção nos próximos meses e vamos fazer da mesma forma que foi com o Umbrella, de forma independente.” Então já sabem, né? Separem os lencinhos.
Umbrella estreia mundialmente nesta quinta-feira, 07 de janeiro, no canal do Youtube da Stratostorm, e fica disponível até dia 21 de janeiro.