Na quinta-feira (3), José de Abreu foi o entrevistado especial do programa ‘Júlia’ no canal SIC, parceiro da Globo em Portugal. Ao longo de 40 minutos, ele falou sobre vida pessoal e carreira.
Em um momento, comentou o fim do vínculo com a Globo após 42 anos na emissora. Atualmente, ele é visto em ‘Um Lugar ao Sol’, novela das 21h gravada no ano passado.
“Acabou o departamento Hollywood da Globo”, disse o veterano à apresentadora Júlia Pinheiro. “Os atores com quatro anos de contrato estão sendo (dispensados)... Agora a gente trabalha por obra certa.”
Na nova política da emissora, implementada para cortar gastos e aumentar o lucro, o elenco fixo foi drasticamente reduzido e os salários estão menores.
José de Abreu contou que em maio ou junho começará a gravar um novo trabalho, agora fora da Globo. Será para uma plataforma de streaming estrangeira presente no Brasil.
“Em função muito do Bolsonaro, as ‘players’ americanas estão salvando o audiovisual brasileiro”, disse. Entenda-se por players as grandes empresas internacionais de produção de conteúdo, como séries e filmes, a exemplo de Netflix, Amazon Prime Video e HBO.
A crítica de José de Abreu ao presidente Jair Bolsonaro se deve ao corte de financiamento estatal a produções culturais – especialmente no cinema – e pela retração de verbas publicitárias federais à Globo.
Com 75 anos de idade e mais de quatro décadas na teledramaturgia, o ator teve grandes momentos no canal carioca, como nas interpretações de Tonhão (‘Bebê a Bordo’), Josivaldo (‘Senhora do Destino’) e Nilo (‘Avenida Brasil’).
Recentemente, lançou dois livros de memórias, ‘Abreugrafia I: Antes da Fama’ e ‘Abreugrafia II – Depois da Fama’, nos quais relata momentos feliz e episódios dramáticos, como o abuso sexual na adolescência e a morte acidental de um filho. Militante do PT, ele cogitou se candidatar a deputado federal este ano. Ao desistir, alegou querer preservar a família.