Todo mundo se lembra do apresentador - Jimmy Kimmel - no Oscar de 2018. A cada 15 ou 20 minutos ele atualizava os números de Pantera Negra. Mais US$ 1 milhão, mais um, mais um. 'Pantera Negra' estourava nas bilheterias, virou um fenômeno, como, aliás, fora Mulher Maravilha um ano antes. No ano passado o blockbuster de Ryan Coogler somou várias estatuetas na premiação da Academia. Wakanda forever. Wakanda agora está de luto pela morte de seu príncipe.
Chadwick Boseman lutava há quatro anos contra um câncer colorretral. Morreu na noite de sexta-feira, 28. Tinha 42 anos. Era ator, diretor e roteirtista. Antes de adentrar glorioso no Universo Marvel, criando o super-herói negro, destacou-se por seus retratos de personagens reais. Foi Jackie Robinson em 42, James Brown em 'Get on Up' e Thurgood Marshall em 'Marshall'. Além da sua aventura solo como 'Pantera Negra', o personagem apareceu em 'Capitão América - Guerra Civil', 'Os Vingadores - Guerra Infinita' e 'Os Vingadores - Ultimato'.
Interpretou guerreiros. Super-heróis, deuses - Tot em 'Deuses do Egito' -, mas principalmente os heróis do cotidiano. O astro do beisebol Robinson, o cantor, compositor e produtor musical James Brown.
Boseman morreu num momento crucial. A morte brutal de George Floyd desencadeou uma onda de protesto que revererou pelos EUA e o mundo. Esta semana, em Kenosha, no Wisconsin, outro negro, Jacob Blake, recebeu sete tiros de um policial pelas costas. Sobreviveu, mas corre o risco de ficar tetraplégico. Os EUA vivem os maiores protestos raciais desde o movimento por direitos civis, nos anos 1960. I can't breeze, Black lives matter.
Boseman morreu em casa, mas quando as ruas são tomadas pela comoção e o presidente Donald Trump, candidato à reeleição, exalta a lei e a ordem, glorificando a polícia contra manifestantes. Vidas negras importam. A de Chadwick Boseman, infelizmente, extingiu-se cedo demais.