A morte de Clodovil Hernandes completou 15 anos. O imbróglio sobre os bens deixados pelo apresentador, estilista e deputado federal ainda não acabou.
Em busca de detalhes, a coluna conversou com a advogada Maria Hebe Pereira de Queiroz, responsável pela administração do espólio, ou seja, de tudo o que o cliente deixou ao morrer aos 71 anos.
O principal imóvel, a mansão de 20 cômodos no alto de um morro em Ubatuba, litoral norte de São Paulo, continua no limbo: foi arrematada em leilão judicial, mas a mulher que pagou R$ 750 mil pela propriedade não consegue tomar posse.
Segundo Dra. Hebe, um promotor da cidade exige a demolição da casa por estar em área de proteção ambiental. Mas quem pagaria para colocar o imóvel abaixo? Não há acordo sobre a questão.
Devido ao impasse, o espólio de Clodovil paga o salário de um funcionário responsável por evitar possível invasão e zelar pelo que restou da construção, cada vez mais degradada. Até youtubers já entraram no terreno sem autorização para fazer vídeos.
Todos os custos relacionados às pendências de Clodovil saem de uma conta bancária onde foram depositados valores de processos vencidos pelo artista, como uma ação contra a RedeTV, e o dinheiro deixado por ele.
Do mesmo fundo foram tiradas as indenizações pagas ao estilista Ronaldo Esper e à ex-ministra Marta Suplicy. Ambos o processaram por se sentir ofendidos com declarações controversas. Uma ex-empregada doméstica foi indenizada por direitos trabalhistas.
A movimentação de cada centavo é periodicamente comunicada à Justiça. Dra. Hebe informa que, caso haja sobra de valor na conclusão do inventário, pedirá autorização ao juiz do caso para doar a uma instituição beneficente. De acordo com a advogada, continua em trâmite outra ação contra a RedeTV.
Clodovil era solteiro e não deixou herdeiros diretos.