O corpo do apresentador Jô Soares, que morreu na manhã desta sexta-feira (5), foi velado em uma casa especializada em funerais de luxo em São Paulo durante a tarde. Em um clima intimista, a cerimônia foi restrita a amigos e familiares do humorista.
Flávia Pedras, ex-mulher de Jô, chegou ao local por volta das 14h15, acompanhada de amigos. Por volta das 18h, o corpo do apresentador foi encaminhado para a cremação em Mauá, Grande São Paulo. Não haverá cerimônia de sepultamento.
Na despedida do humorista, marcam presença várias personalidades, entre elas o maestro João Carlos Martins, o apresentador Tiago Leifert, com a esposa Daiana Garbin, o médico Dráuzio Varella, a atriz Regina Braga, a atriz Bete Coelho, o ator Dan Stulbach e o apresentador Serginho Groisman.
"Perda irreparável", lamentou Juca de Oliveira ao chegar ao velório. O ator de 87 anos se mostrou bastante abalado com a morte do apresentador.
O corpo de Jô foi velado com caixão fechado, de acordo com Nilton Travesso --diretor que tinha mais de 60 anos de amizade com o humorista. "Lá dentro estava calmo, tranquilo, o caixão ficou fechado, a Flávia (ex-mulher) abriu em certo momento para um dar um beijo nele e se despedir", afirmou ele.
Ao Terra, Travesso disse que o amigo é insubstituível e destaca a importância de 'sempre reverenciarmos a alma do gordo'. "Nunca vai ter substituto para Jô Soares, assim como não há para Elis Regina. Jô sempre foi uma pessoa que trabalhou e pesquisou para conviver com todo tipo de pessoa, ele nunca foi egoísta, sempre deu espaço para que todos mostrassem o que tivessem de melhor."
O filósofo Mário Sergio Cortella classificou Jô como uma pessoa superlativa e memorável. "Uma pessoa superlativa, como o Jô é, tem que ter uma lembrança superlativa. [...] É uma estrutura básica da cultura brasileira. Nas últimas seis décadas, é difícil que alguém tenha algum tipo de memória sem que ele faça parte dela. Por isso é memorável e assim vai continuar."
O Terra esteve na porta do velório e flagrou várias coroas de flores sendo entregues no local. Uma delas do apresentador Silvio Santos, dono do SBT, que não compareceu ao local, mas deixou a sua homenagem para o apresentador.
Em um clima de profunda tristeza, foi possível ouvir o choro de alguns dos presentes, com pequenas intervenções de risadas.
Luto
Jô estava internado no Sirio Libanês desde o dia 28 de julho para tratar de uma pneumonia e morreu às 2h30 de causas naturais, segundo Anne Porlan, amiga pessoal do apresentador, que desmetiu boatos de que ele estivesse com covid.
"Ele não tinha nenhum problema com covid. Algumas pessoas chegaram a suspeitar. Ele era muito cuidadoso com isso. Ele, de fato, vinha tendo alguns problemas urinários recorrentes", contou ela em entrevista ao SPTV, da TV Globo.
A apresentadora Adriane Galisteu, amiga e vizinha de Jô Soares, revelou que o humorista estava em um momento delicado de saúde. "Ele fazia um tratamento complicado, com a idade avançada, ia e vinha do hospital, mas não importa. A gente nunca está preparado para a partida. Não sei lidar com a morte", revelou Galisteu em entrevista ao jornalista William Leite.
A morte do apresentador, que morava em São Paulo, foi lamentada por muitos artistas e políticos.