Thaíde foi o convidado desta quarta-feira (27) do Pânico , na rádio Jovem Pan. Durante a entrevista, o apresentador do programa A Liga , na Band, contou detalhes de sua trajetória, como conseguiu vencer a vida do crime e relembrou uma tentativa de assalto, momento que ele considera “a maior vergonha da vida”.
“Faz muito tempo... Eu ainda não sentia hip hop e nem dançava break... Ouvia samba e funk na época. Minha mãe tinha um 38 de brinquedo. Com dois amigos conversando, aquele papo de molecote 'vamos ver se você tem coragem' fomos para uma esquina... Me lembro como se fosse hoje... Ela era negra, estava subindo, e aí apontei o revólver para ela e falei: 'Ó minha senhora, não corre'. Aí ela começou a chorar, abriu a sacola, disse que só tinha papel, que estava indo trabalhar. Naquele momento foi a maior vergonha da minha vida... Lembrei que tinha uma mãe em casa e estava fazendo uma outra mãe chorar.”
Diminuição da maioridade penal
Por momentos como esse que passam em sua mente, que Thaíde é contra a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, fato que está atualmente em discussão no Congresso Nacional. “Sou contra qualquer tipo de violência, mas não posso ser conivente com essa parada de reduzir a maioridade sem investir em locais de estudo, cultura, sem dar uma alternativa para essas crianças. Falo isso porque já fui uma delas. O crime é onde se abraça mais fácil.”
O momento em que Thaíde acredita que mudou de mentalidade foi a percepção de que “o primeiro tombo pode ser o único, pode ser fatal", mas ele lamenta que muitos jovens não percebem isso a tempo. “Hoje muitos jovens são levados a isso pela aventura, adrenalina, e acabam destruindo famílias. Eu vi muitos amigos e parentes morrerem e eu vi que quero viver e ficar velho.”
Visita à Cracolândia e desejo de Daime
De férias enquanto o reality show Masterchef ocupa a programação da Band, Thaíde aproveitou para relembrar algumas matérias que marcaram seus seis anos no programa, como a visita que fez à Cracolândia. "Lá é um clima muito pesado. Tem muita gente muito triste lá.”
E se lá é um local que ele não pretende voltar tão cedo, o desejo de retornar para outros ainda o cercam. Entre eles, o espaço onde gravou a matéria sobre o chá Santo Daime. "Tinha que conduzir a matéria e não teve como tomar. Tinha que cantar músicas do ritual, dançar. Se eu tivesse tomado, não teria conseguido continuar a matéria também", disse ele, que pretende tomar um dia.