Evaristo Marinho, de 76 anos, foi sentenciado a 22 anos e 9 meses de prisão pelo homicídio do ator Bruno Candé. O crime aconteceu à luz do dia em um calçadão de Moscavide, vilarejo ao norte de Lisboa, com várias testemunhas.
O assassino e a vítima haviam discutido dias antes por motivo banal. Na ocasião, o artista foi alvo de insultos racistas e recebeu ameaça de morte. Em 25 de julho de 2020, o aposentado sacou uma pistola e disparou seis vezes contra Bruno, que tinha 39 anos.
Lisboeta filho de imigrantes de Guiné-Bissau, na África, o ator era conhecido na cena teatral de seu País e havia participado de uma novela de sucesso do canal TVI, A Última Mulher. Vários colegas de palco e televisão lamentaram a tragédia.
O caso gerou repercussão na mídia europeia por ter acontecido exatamente 2 meses após a morte por asfixia de George Floyd, segurança negro que ficou 9 minutos com o pescoço pressionado pelo joelho do policial branco Derek Chauvin em Mineápolis, nos Estados Unidos.
Coincidentemente, Derek foi condenado a 22 anos e meio em sentença lida na sexta-feira (25), com repercussão na imprensa mundial. A morte de Floyd produziu uma onda de protestos nos quatro cantos do planeta sob o slogan #BlackLivesMatter (Vidas Negras Importam).
Em Portugal, a tragédia com Bruno Candé suscitou debate sobre preconceito racial, xenofobia e porte de armas. O tribunal determinou que os três filhos do ator, com idades entre 4 e 7 anos, receberam indenização de 160 mil euros, o equivalente a R$ 944 mil.