Os olhos azuis de Alain Delon foram os mais cobiçados do cinema ao longo de décadas. Hoje, o ator de 88 anos pede para que o ajudem a fechá-los para sempre.
“Quero morrer, a vida acabou”, disse, segundo relato do jornal ‘Le Parisien’. Com doenças físicas e mentais decorrentes de AVCs, aquele que já foi um dos maiores símbolos sexuais do planeta quer antecipar o fim.
Em um vídeo de 2022, numa das últimas vezes em que se mostrou publicamente, o artista anunciou o desejo da morte assistida, ou seja, ser ajudado a acabar com a própria vida.
“Tomei minha decisão faz tempo. Minha vida foi bela, mas também difícil”, explicou. Na Suíça, onde Delon passou a maior parte dos últimos tempos, o procedimento é permitido.
Enquanto sua morte natural ou voluntariamente provocada não acontece, o ator se vê no meio de uma disputa.
Os três filhos – Anouchka, Anthony e Alain-Fabien – acusam a ex-assistente dele, Hiromi Rollin, de mantê-lo em cárcere privado e maus-tratos.
O Ministério Público francês entrou na história. Uma perícia recente concluiu que o velho galã não tem mais discernimento. Com isso, não pode tomar decisões sobre a própria existência.
Alheio à sua vontade, Alain Delon foi levado para uma propriedade em Douchy, no norte da França. Seguranças impedem a aproximação de pessoas não autorizadas. Nem o advogado tem mais acesso a ele.
Famoso pela atuação em clássicos como ‘O Sol por Testemunha’, ‘O Leopardo’ e ‘Rocco e seus Irmãos’, o ator possui fortuna avaliada em 150 milhões de euros, equivalentes a R$ 800 milhões.
O ‘deus do cinema francês’ esteve no Brasil algumas vezes. Viveu um romance com a atriz Norma Bengell, ícone do cinema nacional que, na maturidade, interpretou dona Deise no humorístico ‘Toma Lá Dá Cá’.
Na década de 1970, a então modelo Fernanda Bruni e a cantora Rosemary foram cortejadas, mas preferiram não se render àqueles belos olhos azuis.