“O Brasil poderia estar num caminho de evolução, mas percebo que ainda vamos passar muitos e muitos anos até virar um país civilizado”, disse Marcello Anthony no podcast português ‘PT.BR’.
O ator vive em Portugal há seis anos. Inicialmente, ficaria apenas dez meses para gravar a novela ‘Valor da Vida’ no canal TVI. Consultou a mulher e os filhos, e todos concordaram em permanecer na Europa. “Na vida, não somos nós que guiamos nosso destino.”
Famoso pelas novelas na Globo, Anthony já tinha o plano de emigrar. “Planejava mudar com a família para os Estados Unidos”, contou. “Estava procurando qualidade de vida melhor à minha família.”
Havia estado em Portugal para filmar cenas do filme ‘O Xangô de Baker Street’ e em viagem de férias. Gosta do estilo de vida no país. “Me oferece todas as possibilidades de ter uma vida decente.”
No primeiro ano, morou no bairro Restelo, em Lisboa. Não tinha carro, utilizava táxi e veículo de aplicativo. Depois se instalou em Cascais, onde se instalaram muitos brasileiros. “No geral, tranquilo e civilizado viver aqui.”
Veio ao Brasil a trabalho algumas vezes. Não pensa em voltar a morar aqui. Diante de novas oportunidades, deixou de priorizar a televisão. Comanda um restaurante com a mulher, a chef Carolina Villar, e trabalha como corretor de imóveis de luxo.
Antony reclamou das novelas atuais. “Não são mais como antigamente. Começaram a ser realistas, quase próximas a um estilo jornalístico. Eu acredito muito na novela que te convida a sonhar, um folhetim.”
O ator acredita que a velocidade da internet tirou empolgação do público. “Criou imediatismo. As pessoas não têm paciência para esperar o capítulo do dia seguinte. Antigamente, criava-se uma expectativa, ‘meu Deus, não posso perder o capítulo de amanhã’.” Além disso, acredita que houve um nivelamento por baixo na qualidade dos roteiros.
No ano passado, ele gravou para a TVI e a Prime Video uma temporada de ‘Morangos com Açúcar’, série juvenil baseada numa novela de sucesso. É visto também em reprises de tramas da Globo no canal SIC.
Marcello Antony está mais seletivo na escolha dos trabalhos. “Tenho saudade (da TV), ainda recebo convites, só que como já fiz muita coisa boa, não são todos os convites que me atraem.”
Nas ruas, é abordado carinhosamente por portugueses, turistas brasileiros e imigrantes, principalmente angolanos, russos e ucranianos. “Na pandemia, mesmo de máscara, óculos e boné, fui reconhecido.”
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