Há artistas que desaparecem voluntariamente da televisão, a exemplo de Lídia Brondi e Ana Paula Arósio, e existem atores sumidos contra a vontade. É o caso de Mayara Magri, de 62 anos.
Na sexta-feira (9), ela aproveitou a tarde fria para passear no Shopping Higienópolis, em São Paulo. Circulou por lojas, olhou vitrines, falou ao celular e depois almoçou em um restaurante de comida árabe na praça de alimentação. Um amigo da coluna fez o flagra.
De longe, algumas pessoas notaram a presença da artista. Os amantes de teledramaturgia a reconhecem por personagens marcantes, como a Babi de ‘A Gata Comeu’, a Camila de ‘O Salvador da Pátria’ e a Belinha de ‘Delegacia de Mulheres’.
Seu último papel em novelas foi a Tomásia de ‘A Escrava Isaura’, na RecordTV, em 2004. Cinco anos depois, apareceu em rápida participação no seriado ‘Toma Lá Dá Cá’, na Globo. E nunca mais foi escalada.
Por que uma atriz tão talentosa e querida pelo público fica tanto tempo longe dos estúdios? “Não tenho uma explicação óbvia, normal. Aconteceu. Acho que a atriz vai ficando mais velha, os papéis são menores”, argumentou no extinto ‘Manhã do Ronnie’, na RedeTV.
Mayara acredita na discriminação por idade, o etarismo. “Existe mais para atriz do que para ator. Ela não é mais a mocinha e, talvez, seja nova para ser a mãe... Tem um momento na carreira da atriz que fica bem prejudicado. Eu senti isso.”
Nos bastidores, diferentes motivos podem fazer um ator ou atriz sair do radar dos diretores e produtores de elenco. Desde não fazer parte das ‘panelinhas’ até ser vítima de fofocas criadas para prejudicá-lo. O envelhecimento também pode gerar a perda de oportunidades em um meio que hipervaloriza a imagem jovial.
Na pandemia, Mayara Magri reencontrou numa leitura teatral por videochamada o dramaturgo Lauro César Muniz, de quem havia feito algumas novelas de sucesso, como ‘Roda de Fogo’. Os dois se reaproximaram e estão juntos há três anos.