Em entrevista ao videocast 'Flow', de Igor Coelho, Roberto Justus criticou o episódio no aeroporto de Cascavel, em 4 de fevereiro de 2021, quando Jair Bolsonaro protestou contra a emissora líder no Ibope, considerada por ele seu maior inimigo na mídia.
"O presidente da República não levanta uma placa escrito 'Globo lixo'. Isso não é atitude de presidente", disse Justus.
"Se ele quer que alguém levante uma placa dessa, porque ele não gosta da Rede Globo, põe outro cara para levantar a placa. Você não faz isso."
O apresentador e publicitário acredita que o comportamento polêmico do atual presidente o impediu de derrotar Lula. "São certas atitudes, na minha opinião, que fizeram que a gente perdesse (a eleição)."
Justus colaborou com a campanha à reeleição e indicou um amigo, o também publicitário e administrador Walter Longo, para atuar no comitê de Bolsonaro.
Os dois trabalharam juntos no reality show de negócios 'O Aprendiz'. Longo treinou o presidente para os debates na TV.
O apresentador aceita o resultado das urnas, porém, faz críticas à condução do processo.
"Não queria a volta do PT. Eu aceito. Diferente de muitas pessoas que estão aí protestando, eu jamais vou protestar", afirma.
"Considero a eleição legítima do jeito que foi. Não considero o jogo tão limpo. O TSE jogou um pouco a favor do outro candidato, mas não foi isso que tirou os 2 milhões de votos de diferença."
Na avaliação de Justus, Bolsonaro teve relevante parcela de culpa na própria derrota. "Ele mesmo e muito fogo amigo desnecessário."
Ele sinaliza otimismo com o presidente eleito por enxergar uma gestão mais ao centro. "Lula foi inteligente ao convidar Alckmin para ser vice. Mostrou um caminho menos esquerdista."
Roberto Justus disse também que o País perde quando centraliza tantas expectativas em poucos políticos.
"A torcida que a gente tem é pelo Brasil, independentemente do presidente da República. O Brasil é maior do que esses indivíduos. Não podemos personalizar tanto neles dois (Lula e Bolsonaro). Isso é ruim."