“Meio morno hoje, tô sem saco”, disse Jair Bolsonaro ao antecipar o fim a live de quinta-feira (4). A transmissão, que geralmente passa de 1 hora, teve apenas 23 minutos. O presidente nem falou mal da Globo, o que acontece praticamente toda semana.
O ex-capitão talvez até sinta falta de ser criticado no ‘Jornal Nacional’. O âncora e editor-chefe, William Bonner, saiu de férias. Voltará à bancada em 17 de novembro, um dia após completar 58 anos.
Aliás, Renata Vasconcellos também não tem aparecido no telejornal. Curte descanso desde 16 de outubro. Viajou a Madrid e Paris. É a primeira vez desde o início da cobertura da pandemia de covid-19 que os titulares se ausentam por vários dias ao mesmo tempo.
Nos últimos 19 meses, o ‘JN’ tem se destacado pelo noticiário ostensivo e contundente da crise sanitária no Brasil e no planeta. Provocou a ira verborrágica de Bolsonaro com denúncias sobre a gestão da pandemia e críticas diretas à competência do presidente.
Em algumas edições nos piores momentos da primeira onda do coronavírus no País, o telejornal marcou quase 40 pontos de pico e teve médias acima de 30. Hoje, está estagnado em torno de 25 pontos. Ainda é líder absoluto, porém, com viés de perda de público.
Na live de 14 de outubro, Jair Bolsonaro se prontificou a conceder entrevista à Globo, desde que seja ao vivo. Até o momento, foi ignorado pelo canal. Ele já havia solicitado anteriormente um ‘olho no olho’ com Bonner e também não recebeu resposta.
A guerra de nervos teve nova crise com a agressão física ao correspondente Leonardo Monteiro em Roma, durante o encontro do G20, no domingo (31). O Grupo Globo contratou advogados italianos para acompanhar a investigação. A emissora exige a punição dos responsáveis pela violência contra seu jornalista.