Nos últimos dias, dois assuntos ganharam destaque na imprensa de celebridades e nas redes sociais: a confusão familiar entre Luana Piovani e Pedro Scooby e o duelo de acusações envolvendo Solange Gomes e Monique Evans.
No primeiro caso, baseado em alegado atraso no pagamento de pensão dos filhos que a atriz teve com o surfista, uma das crianças fez um post dramático a respeito da rixa dos pais e piorou o que já estava ruim.
Lamentável um imbróglio dos adultos, marcado por explícita mágoa recíproca, afetar o emocional do menino. O furo na bolha de proteção domiciliar era previsível já que a superexposição de Luana e Pedro na internet extrapolou os limites.
O velho ditado ‘roupa suja se lava em casa’ cabe perfeitamente. Eles deveriam resolver as pendências materiais e cuidar das feridas afetivas longe da mídia e do tribunal da internet para preservar o bem-estar dos filhos.
Ao transformar a vida íntima em uma novela, ambos beneficiam apenas as pessoas sádicas, capazes de sentir prazer ao testemunhar a infelicidade alheia, especialmente a de famosos.
Escancarar a intimidade em uma rede social, estimulando estranhos a tomar partido, produz apenas veneno a si mesmo. Tomara que Piovani e Scooby parem de se digladiar na arena de feras que é a web.
Não apenas pela reabilitação da imagem pública, mas principalmente pela preservação do maior bem que eles têm juntos, as crianças. Filhos de celebridades carregam um fardo demasiado pesado.
A segunda pendenga chega perto da baixaria. Solange Gomes e Monique Evans foram parar em uma delegacia de polícia após trocar ofensas e deboches numa rede social.
Em resumo, há acusação de golpe da barriga no passado, julgamento de histórico sexual e competição para certificar quem está mais bonita, rica e feliz. Em looping, uma faz vídeo rebatando a outra e, com isso, a hostilidade aumenta a cada nova manifestação.
Pode aparecer divertido acompanhar duas musas da TV e do Carnaval trocando insultos com generosa dose de sarcasmo depreciativo. Não é. Chega a ser constrangedor vê-las descendo o nível. Não precisam dessa visibilidade danosa.
Ao longo da carreira, ambas foram massacradas pelo machismo e o fogo amigo de outras mulheres, deveriam agora estar unidas ao invés de ser inimigas. E a contenda atinge as filhas das duas, deixando a situação ainda mais deletéria.
Para os sites e perfis de redes sociais que cobrem o mundo artístico, quanto mais barraco, melhor. As confusões rendem audiência e, consequentemente, monetização.
Reclamantes em relação à indústria da fofoca, os famosos que eventualmente convidam à invasão de privacidade ajudam a alimentar esse lado tóxico do entretenimento.